A cada mês, pelo menos 16 menores de 7 anos ficaram com sequelas irreversíveis após ocorrências
(MANOEL FREITAS)
A cada mês, pelo menos 16 crianças menores de 7 anos ficam com sequelas permanentes em decorrência de acidentes de trânsito em Minas. Em 2018, de janeiro a setembro, 240 meninos e meninas dessa faixa etária foram vítimas de desastres. Desses, 47 morreram.
Os números fazem parte de um levantamento realizado pela Seguradora Líder, administradora do seguro DPVAT. Como a pesquisa aponta somente os mineiros que foram indenizados por ocorrências de trânsito, a quantidade de mortos e feridos, no entanto, pode ser maior.
Um alerta na semana em que se celebra o Dia das Crianças e em que um menino de 6 anos foi encontrado dois dias após sofrer um acidente na BR-050, em Araguari, no Triângulo. O menino passou dois dias dentro do veículo que caiu em um buraco, ao lado dos corpos dos pais e do irmão de 8 anos. Caso que provocou comoção em todo o país.
Especialistas ressaltam que os pais precisam ficar atentos aos cuidados na hora de transportar as crianças. Existem regras de segurança que precisam ser respeitas, o que nem sempre acontece.
“É muito comum vermos crianças menores de 7 anos em garupas de motos. Nessa faixa etária ela não tem estrutura corporal para suportar qualquer tipo de queda. Também vemos acidentes em que a criança não está com o capacete adequado, com o tamanho certo”, alerta o tenente Igor Maia Cruz, do Corpo de Bombeiros.
Outro problema é a falta da cadeirinha nos carros. “Alguns pais dispensam a cadeirinha por acharem que não é necessário em trechos curtos. E é aí que uma fatalidade pode acontecer”, explica.
Segundo o levantamento da Líder Seguradora, das ocorrências recebidas de Minas, em 152 as crianças foram vítimas de atropelamentos e em 88 estavam dentro de veículos acidentados. A maioria das ocorrências envolveu carros (143), seguidas de motos (64), caminhões (19), ônibus (12) e ciclomotor (2).
Em todo o ano passado, segundo a pesquisa, 458 crianças foram vítimas de acidentes de trânsito em Minas, sendo que 95 perderam a vida e 317 ficaram com sequelas irreversíveis.
No ano passado, uma administradora montes-clarense, que preferiu não se identificar, sofreu um acidente com a motocicleta onde estava ela, o marido e a filha de 3 anos.
“Estava voltando de uma festa de família e levava minha filha entre eu e meu marido. Além desse ato irresponsável, meu marido estava bêbado. Com isso, caímos da moto. Eu quebrei dois dentes e minha filha ficou desacordada por alguns instantes e cortou o supercílio. Nunca mais colocarei minha filha em risco”, ressalta a mulher.