Um acordo entre o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e o Ministério Público Federal (MPF) liberou, nesta semana, 1.140 novos radares para serem instalados nas rodovias federais brasileiras. Para Minas Gerais serão disponibilizados 121 novos dispositivos – 19 deles serão destinados à BR-365 e quatro para a BR-251, ambas dão acesso às cidades do Norte de Minas.

A expectativa é a de que os aparelhos sejam instalados nos próximos dois meses. A informação chega uma semana após a Polícia Rodoviária Federal (PRF) divulgar um levantamento mostrando que as duas rodovias federais que cortam a região registraram, em 30 meses – de 2017 a junho de 2019 – 2.246 acidentes que deixaram 2.694 feridos e 261 mortos – média de um óbito a cada três dias.

A BR-365 será a segunda rodovia mineira com mais radares nesse novo “pacote”, ficando atrás apenas da BR-116, que terá 47 equipamentos. A BR-381 receberá 18, a BR-050 terá 15 e na BR-262 serão instalados 12 novos dispositivos.

A decisão de implantação de novos radares também envolveu o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), que fez estudo para verificar o controle de velocidade em faixas de tráfego com criticidade “média”, “alta” e “muito alta”. Esses locais foram identificados em estudos realizados ainda em 2016.

Em Minas serão 96 radares em zonas urbanas e 24 em zonas rurais.

O acordo é fruto de extensa negociação e foi construído consensualmente pelos órgãos envolvidos, o que permitiu uma redução do quantitativo de radares, contemplando a instalação de equipamentos nos pontos mais sensíveis, prioritariamente em áreas urbanas.

A implantação das faixas estabelecidas no acordo busca também coerência com a disponibilidade orçamentária do Dnit para tal finalidade, afirma o órgão.

No texto divulgado pelo Dnit, a juíza Diana Wanderley da Silva, da 5ª Vara Federal de Brasília e responsável pela homologação do acordo, destaca que os técnicos em engenharia de trânsito e a maioria da sociedade reconhecem a importância dos radares.

“Os dispositivos são um dos principais instrumentos de controle de velocidade a salvar vidas, diante da grande imprudência de muitos motoristas no Brasil, e da falta de respeito às velocidades impostas”, enfatizou a magistrada.

O Dnit destaca que foi realizado um estudo para redimensionar a quantidade de radares, priorizando os trechos efetivamente necessários e considerando o caráter educativo dos equipamentos.

Dados da Polícia Rodoviária Federal apontam que, o número de mortes na BR-365 cresceu no primeiro semestre deste ano em comparação ao mesmo período do ano passado – passou de 25 para 30 vítimas.

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