Venda de mel de aroeira dispara na pandemia; produto ajuda a aumentar a imunidade

Com propriedades medicinais comprovadas cientificamente, mel é bactericida e anti-inflamatório

Da Redação
Hoje em Dia - Belo Horizonte
23/05/2020 às 01:18.
Atualizado em 27/10/2021 às 03:34
 (Divulgaçao Codevasf)

(Divulgaçao Codevasf)

Desde o início da pandemia do novo coronavírus no Brasil, a comercialização de produtos provenientes da apicultura vem apresentando crescimento no Norte de Minas, especialmente o mel de aroeira. Típico dessa região, ele é considerado um alimento que fortalece o sistema imunológico. Os destaques nas vendas são o própolis verde, com alta de 300%, e o mel de aroeira, com pouco mais de 30%, gerando aumento de renda para aproximadamente 1.500 famílias de pequenos produtores rurais. Elas estão organizadas em 25 associações comunitárias em uma cooperativa regional com sede em Bocaiuva, todas apoiadas pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf). Para o superintendente regional da Codevasf em Minas Gerais, Marco Câmara, esses resultados obtidos pela apicultura mineira são uma mostra de que a Companhia está cumprindo sua missão de proporcionar o desenvolvimento sustentável na região.  “Mesmo diante da instabilidade econômica, em função da paralisação de diversos setores produtivos causada pela pandemia, acredito no sucesso da apicultura. Vamos continuar apoiando essa atividade”, afirma o dirigente. PROPRIEDADES O mel de aroeira do Norte de Minas é um produto com características medicinais diferenciadas, comprovadas por pesquisas científicas. Possui ação antibacteriana, inclusive em relação à Helicobacter pylori, causadora de gastrite, além de ação anti-inflamatória. “Esse mel tem, como princípio ativo, os compostos fenólicos. Esses compostos estão presentes em quantidades elevadas, o que lhe confere propriedades antimicrobianas. Deve ser usado para fortalecer o sistema imunológico, ajudando, assim, na prevenção à Covid-19”, acrescenta a pesquisadora Esther Bastos, da Fundação Ezequiel Dias (Funed), que fez os estudos de caracterização do mel de aroeira. A descoberta dessas propriedades pela pesquisadora vem impulsionando a apicultura regional, uma vez que o mel de aroeira tem maior valor comercial que os produtos de florada comum. Antes, ele não possuía boa aceitação no mercado, em função de sua coloração escura, mas as descobertas científicas reverteram essa situação. Aos 73 anos de idade, tocando sozinho o próprio apiário com mais de 60 caixas de produção de mel e própolis verde, o apicultor Roberto Rodrigues Soares tem mais de três décadas de experiência na atividade apícola e muitos cursos de capacitação na área.  Ele afirma que, na vivência diária da produção e no contato direto com o consumidor, já ouviu, várias vezes, casos em que o mel de aroeira foi considerado um “santo remédio” para doenças respiratórias e de intestino.  “Agora, acredito que está ajudando a amenizar os efeitos do novo coronavírus”, aposta Roberto Soares.  Grande parte da produção apícola do Norte de Minas é processada no entreposto de mel construído pela Codevasf em Bocaiuva. O local possui capacidade de processar 250 toneladas de mel fracionado por ano e apresenta inspeção sanitária federal, inclusive para exportação, representando uma das poucas estruturas no Estado com essa certificação.   

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