Tradição certificada

Seminário reúne produtores de queijo em Montes Claros em busca de conhecimento para legalização do produto e fortalecimento da cadeia artesanal do Norte de Minas

Manoel Freitas
13/12/2018 às 06:42.
Atualizado em 05/09/2021 às 15:32
 (MANOEL FREITAS)

(MANOEL FREITAS)

Produtores de queijo de mais de 40 municípios do Norte de Minas se reuniram ontem em Montes Claros para aprender novas técnicas e agregar qualidade ao tradicional produto mineiro.

O 4º Seminário de Fortalecimento da Gastronomia Regional – Queijo Artesanal do Norte de Minas teve como objetivo sensibilizar os fabricantes de queijo, de derivados do leite e demais envolvidos na cadeia produtiva sobre a importância da regulamentação das atividades, além de debater medidas para evitar produtos clandestinos.

O produtor Rural Maurício Magalhães de Jesus, de Manga, diz que encontrou no seminário uma chance de adquirir novos conhecimentos e buscar caminhos para conseguir a certificação do queijo que produz o mais breve possível.

“O produtor rural, principalmente no Norte de Minas, tem sofrido muito com o preço que é pago pelo leite, que não remunera sequer os custos da propriedade. Daí a necessidade de agregar valor, beneficiando o nosso próprio produto”, argumentou Maurício, que produz média diária de 500 litros de leite.

Como mostra da qualidade do que produz no extremo Norte de Minas, Maurício Magalhães disponibilizou para degustação, durante o seminário, vários derivados de leite, como os queijos fresco normal, de trança, trança temperado e colonial. “A maior dificuldade que nós temos hoje é a certificação, porque sem ela você não pode usar rótulo e colocar o produto no mercado”, explica.

Segundo ele, há qualidade do produto na região, “mas o maior custo para a certificação é a burocracia, porque não podemos trabalhar na clandestinidade”.
 
RIQUEZA
“O seminário é importante para toda a cadeia produtiva, pois o queijo é um valioso produto, uma riqueza da região que precisa ser trabalhada de forma organizada para gerar mais emprego e renda para centenas de produtores da região”, avalia Leonardo Oliveira, analista do Sebrae.

Para a gastróloga, curadora e pesquisadora de assuntos gastronômicos no Norte de Minas, Bernadete Guimarães, o evento é uma oportunidade para debater novos rumos para o queijo artesanal na região. “Vamos reunir lideranças que lutam pela melhoria do queijo artesanal, que se expande no restante do Estado e do país”, disse.

O seminário foi realizado no Parque de Exposições João Alencar Athayde pelo Sindicato Rural de Montes Claros, em parceria com o Sebrae, Senar, Emater e Sindicato dos Produtores Rurais de Montes Claros.

Marcelo Brant, que produz queijo em Glaucilândia e é diretor do Sindicato dos Produtores Rurais de Montes Claros, disse que o evento cumpriu a função de organizar a cadeia do queijo no Norte de Minas, dando ao produto a legalização de que precisa em face à sua importância na economia de muitos municípios.

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