Técnica prolonga ganhos com pequi

Especialistas da Emater-MG capacitam famílias carentes para beneficiamento da fruta símbolo do Cerrado

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Montes Claros
13/02/2018 às 23:41.
Atualizado em 03/11/2021 às 01:20

O sabor é marcante, o cheiro, característico e a cor intensa aguça os sentidos. Fruto típico do Cerrado mineiro, o pequi tem transformado a vida de muitas famílias rurais no Norte de Minas Gerais.

Em Jequitaí, a cerca de 100 quilômetros de Montes Claros, com ajuda da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), agricultores familiares estão aprendendo as técnicas de beneficiamento do fruto e aumentando as possibilidades de comercialização.

O fruto é colhido no período de dezembro a março. De acordo com a engenheira agrônoma da Emater-MG, Maria Fernanda Nonato, os cursos são ministrados desde 2014 com o objetivo de agregar renda, uma vez que permite aos agricultores vender o produto beneficiado na entressafra, a preços mais atraentes.

“O beneficiamento aumenta o tempo de conservação do fruto. Seguindo as boas práticas de fabricação, o pequi aumenta sua durabilidade em até um ano”, explica Maria Fernanda. 

Segundo a extensionista, são ensinadas as técnicas de conservação por congelamento e por salmoura que permitem a produção do pequi congelado, da polpa congelada e também da conserva de pequi. Em 2018 já foram capacitados 30 agricultores familiares, em cursos realizados nas Comunidades Rurais de Cana Brava, Vista Alegre e Morrinhos.
 
PARCERIA
Para a realização dos cursos foram priorizados agricultores beneficiários do programa Brasil Sem Miséria (BSM) e do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). Alguns beneficiários do PBSM adquiriram freezeres e os utilizam para o armazenamento da polpa e do pequi em caroço congelados.

Uma parceria com o Núcleo Pró-Pequi, sediado em Montes Claros, viabiliza a aquisição de potes de vidro para a realização dos cursos, participação em feiras e organização da cadeia produtiva do pequi na região.

O beneficiamento tem aumentado o prazo de validade do produto para até um ano, ajudando a eliminar um gargalo na comercialização. A maioria dos extrativistas de Jequitaí coletam os frutos e os comercializam na BR-–365.

“São muitas toneladas vendidas. Em comunidades rurais do município esta é a única atividade de renda para a população. O valor nem sempre é justo, devido a grande variação do mercado comprador”, explica Maria Fernanda.
 
OURO DO CERRADO
A história do pequi e do Norte de Minas se misturam. A região possui um cerrado abundante e o fruto se destaca principalmente na área gastronômica, sendo muito comercializado no local e também em outros estados como Goiás e São Paulo. 

Com o fruto, são feitos pratos tradicionais, como a galinhada com pequi e arroz com pequi, o mais apreciado na região. A polpa possui altos teores de caroteno, proteínas, fibras e vitaminas A e C.

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