Risco real de apagão já assombra os mineiros; sistema que abastece o Estado opera no limite

Da Redação*
O NORTE
23/09/2021 às 00:26.
Atualizado em 05/12/2021 às 05:55
 (AC JÚnior/Furnas/Divulgação)

(AC JÚnior/Furnas/Divulgação)

Minas pode ficar sem energia elétrica a qualquer momento. O alerta foi dado nesta quarta-feira (22) pelo governador Romeu Zema. Segundo ele, o sistema elétrico que abastece o Estado está operando no limite da capacidade, por causa da crise hídrica, e que há risco de desabastecimento.

“Vivemos um momento de escassez de chuvas e, consequentemente, uma crise hídrica que está se desdobrando para se tornar uma crise energética”, declarou Zema ao participar do anúncio de medidas para tombar os lagos do Peixoto e de Furnas (este, a maior extensão de água do Estado, com 1.440 quilômetros quadrados, ou quatro vezes a área da Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro).

Zema disse que tem acompanhado de perto a situação e que, a qualquer momento, pode haver regiões desabastecidas de energia elétrica no Estado.

“O nosso sistema, hoje, está operando no limite, apesar de todas as usinas termoelétricas estarem funcionando”, afirmou Zema, ressaltando que o problema não se restringe ao Estado, é complexo e exige planejamento.

“Este não é um problema que se resolve de hoje para o ano que vem, mas sim um problema que deveria ter sido resolvido há 10, 20, 30 anos. Temos visto, nos noticiários, as represas, os reservatórios de Belo Monte e Santo Antônio, produzirem apenas 3%, 4% da capacidade, porque, quando foram construídas, não foi permitida a construção de um lago. Então, temos termelétricas altamente poluidoras, caras e que penalizam o consumidor porque, no passado, tivemos opositores à construção de lagos”, acrescentou Zema.
 
CRÍTICAS 
Ele criticou o nível operacional das duas grandes usinas construídas, respectivamente, na bacia do Rio Xingu, no Pará, e em Rondônia, no Rio Madeira. 

“Como todo o sistema de energia é conectado, quando algo dá errado em algum lugar, reflete-se em outro”, completou Zema, que diz já estar discutindo a questão com autoridades federais.

A falta de chuva e a consequente escassez hídrica já forçou o governo mineiro a restringir a captação e o uso da água no Estado. No início do mês, o Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam) prorrogou até 15 de outubro a declaração de situação crítica na Bacia do Rio Suaçuí Grande, no Vale do Rio Doce, limitando a captação de água para indústrias, irrigação e consumo humano.

Com a declaração de escassez, impõem-se a todas as captações de água superficial restrições de uso. O descumprimento das restrições pode resultar na suspensão total dos direitos de uso de recursos hídricos até o fim da vigência da situação crítica de escassez hídrica.

Nível dos reservatórios das hidrelétricas em Minas

Marimbondo: 8,76%
Emborcação: 10,25%
Nova Ponte: 10,88%
Água Vermelha: 11,12%
Mascarenha de Moraes: 14,66%
Furnas: 14,74%
Batalhar: 18,14%
Três Marias: 42,44%
 
*Níveis registrados em 21/9/2021
Fonte: Operador Nacional do Sistema (ONS)

*Com Agência Brasil

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