Requeijão produzido em Porteirinha é eleito o melhor do mundo

Da Redação*
O NORTE
26/11/2021 às 00:42.
Atualizado em 05/12/2021 às 06:20
 (Emater-MG/Divulgação)

(Emater-MG/Divulgação)

O requeijão moreno produzido por Everson Pereira, também conhecido pelo apelido de Toko, em Porteirinha, no Norte de Minas, está entre os queijos mais saborosos do mundo. 

A chancela foi dada pelos jurados do concurso mundial do queijo, que ocorreu entre os dias 5 e 6 de novembro, o International Cheese Awards, realizado durante a Expoqueijo Brasil 2021, em Araxá, no Triângulo Mineiro.

O Requeijão Moreno Toko conquistou medalha de ouro na categoria Massa Fundida. A produção conta com apoio da Emater-MG.

Toko comemora o prêmio e viu na conquista mais uma oportunidade de valorizar seu produto, fabricado há oito anos em uma agroindústria de pequeno porte que ele mantém em sua propriedade rural, a três quilômetros do centro urbano de Porteirinha.

“Não tenho nem palavras para descrever. É muito bom receber o ouro, ser premiado num concurso internacional, onde há vários países participando e você está entre os melhores. É um reconhecimento da qualidade do meu requeijão, que foi degustado e aprovado por mestres queijeiros”, destaca.

Everson Pereira é atendido e acompanhado pela Emater-MG, empresa vinculada à Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), desde que resolveu se dedicar à atividade, resgatando um ofício dos bisavós maternos, que, segundo ele, já fabricavam requeijão moreno.
 
SONHO
A confecção do produto é a realização de um sonho dele e da esposa Mirani Pereira, já que a queijaria conta apenas com a mão de obra do casal.

“Há muito tempo atrás meus bisavós produziam e a gente sempre sonhou resgatar essa cultura. O requeijão moreno é um produto típico na nossa região, do Norte. Minha esposa e eu trabalhamos numa fábrica de requeijão e foi lá que aprendemos a produzir. Então, com muitas dificuldades, conseguimos abrir uma queijaria nossa. Fizemos um bom requeijão, o melhor do mundo”, constata, orgulhoso.
 
MODO DE PRODUÇÃO
O requeijão moreno é um tipo de queijo artesanal feito a partir de leite cru coagulado naturalmente. É obtido da fusão de creme de leite com massa de coalhada sem soro e lavada. Nos meios técnicos, é considerado um queijo de massa fundida.

De consistência firme ou de corte, é comercializado em barras. Como o próprio nome sugere, o requeijão moreno é amarronzado, com tonalidade que pode variar de mais clara a escura, dependendo do tempo de cozimento ou fritura do creme de leite usado para dar o acabamento final.
 
CADASTRO
Desde que abriu a agroindústria, Everson Pereira vem se capacitando, investindo e melhorando a estrutura da queijaria. A produção diária é de 40 quilos de requeijão moreno. 

O concurso de Araxá não foi o primeiro a premiar o trabalho do norte-mineiro. Em 2019, ele ficou em terceiro lugar, com medalha de bronze, no 5º Prêmio Queijo Brasil, em Florianópolis (SC).

O requeijão pode ser comercializado em toda Minas Gerais, porque possui registro no Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) como agroindústria de pequeno porte.

No momento, o requeijão moreno de Everson é comercializado em Montes Claros, Americana, Janaúba, Porteirinha e Belo Horizonte. Mas Toko sonha alto e quer colocar o produto em todo o mercado brasileiro. Para isso, está em processo de adequação da queijaria para receber o selo do Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi-POA). Para alcançar esse sonho, Toko conta com o suporte constante da Emater-MG.

Regiões produtoras
A fabricação do requeijão moreno é uma tradição na região norte-mineira, principalmente em municípios da microrregião da Serra Geral. Também é muito produzido em municípios dos vales do Mucuri e Jequitinhonha.

“Mesmo sendo o requeijão moreno um tipo de queijo artesanal, classificado como um queijo de massa fundida, feito de leite cru, coagulado naturalmente, ainda não existe uma região produtora caracterizada e reconhecida oficialmente pelo Estado, como já existe com alguns queijos artesanais de Minas”, esclarece a assessora técnica de Agroindústria de Leite e Derivados da Emater-MG, Marciana de Souza Lima.

Ela destaca que futuramente pode ser feito um estudo, reconhecendo a natureza artesanal do produto e as características das regiões produtoras.

O requeijão moreno é considerado um alimento rico por seu valor nutricional, cultural e gastronômico, sendo muito apreciado com um bom cafezinho nas regiões produtoras.

*Com Agência Minas

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