Região castiga áreas de Mata Atlântica

MP realiza ação em seis municípios do Norte de Minas, apreende madeira e motosserra e atesta desmatamento

Da Redação
06/06/2019 às 08:12.
Atualizado em 05/09/2021 às 18:59
 (NUCRIM MPMG/DIVULGAÇÃO)

(NUCRIM MPMG/DIVULGAÇÃO)

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) confirmou o desmatamento de 2.047 hectares na região Norte do Estado. O levantamento foi realizado na terceira fase da Operação Mata Atlântica Viva, entre os dias 26 e 31 de maio.

Ao todo, foram lavrados 98 autos de infração ambiental e aplicados cerca de R$ 17,4 milhões em multas. Foram fiscalizados 157 polígonos de desmatamento, o que resultou em 10.926 m³ de madeira ou lenha apreendida, além de uma motosserra e uma arma de fogo.

Com base em dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e da Fundação SOS Mata Atlântica, as fiscalizações da Operação Mata Atlântica Viva concentram-se em municípios da região Norte de Minas que têm apresentado altas taxas de desmatamento do bioma, já seriamente ameaçado. Gameleiras, Rio Pardo de Minas, São João do Paraíso, Ninheira, Ponto dos Volantes e Padre Paraíso foram as principais cidades. A ação foi realizada com a ajuda de um helicóptero, um avião PR-HAC e quatro drones.

Recentemente, O NORTE registrou que, de acordo com o Atlas da Mata Atlântica, 3.379 hectares de área desse bioma deixaram de existir no Estado, em 2017 e 2018, o equivalente a mais de 3 mil campos de futebol. O índice representa avanço de 8% em relação ao período anterior (2016-2017). 

Em 2015, a cidade norte-mineira de Curral de Dentro registrou o quarto lugar nacional no ranking das que mais devastaram o bioma. Desde o mesmo ano, quase 8 mil hectares foram extintos.

Os dados assustaram, já que o Estado vinha registrando quedas nos índices de desmatamento da Mata Atlântica há quatro anos. 
 
DIVERSIDADE 
A Mata Atlântica é uma das florestas mais ricas em diversidade de espécies do planeta. O bioma abrange uma área de cerca de 15% do total do território brasileiro, que inclui 17 estados, dos quais, 14 são costeiros. Nesses locais vivem aproximadamente 145 milhões de pessoas, que dependem das múltiplas funções ambientais da Mata Atlântica.

Apesar disso, continuam ocorrendo desmatamentos em toda a sua extensão. No Brasil, restam aproximadamente 10% de remanescentes desse tipo de floresta.
 
OPERAÇÕES
Na primeira fase da operação, realizada em setembro de 2018, concomitantemente com a Operação Nacional Mata Atlântica em Pé, foram fiscalizadas 70 propriedades rurais, nos municípios de Águas Vermelhas, Curral de Dentro, Cachoeira de Pajeú, Medina e Santa Cruz de Salinas. Constatou-se o desmatamento irregular de 1.269,786 hectares de remanescentes da Mata Atlântica. Foram lavrados 48 autos de infração ambiental, com a imposição de mais de R$ 5 milhões em multas.

A segunda fase ocorreu em dezembro de 2018, nos municípios de Medina, Águas Vermelhas, Jequitinhonha e Pedra Azul, onde se constatou o desmatamento de 921,91 hectares de Mata Atlântica. Foram lavrados 44 autos de infração ambiental e aplicados cerca de R$ 7,6 milhões em multas.

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