(PESQUISA EPAMIG/DIVULGAÇÃO)
Com a proximidade do período de chuvas, os produtores de gado começam a se preocupar com o carrapato bovino, que pode comprometer todo o rebanho A proliferação do ectoparasita é comum nesta época (chuva e calor).
A orientação é adotar técnicas de prevenção do carrapato, para que não haja infestação no rebanho.
Uma fêmea do carrapato bovino (Boophilus) pode botar até dois milhões de ovos e sugar até 1ml de sangue do animal. Além da grande proliferação, o ectoparasita está cada vez mais resistente, até mesmo com o uso de produtos químicos.
ESTUDOS
Professor da UFMG e médico veterinário, Eduardo Robson Duarte orienta que é preciso estudo constante para conhecer o perfil de resistência aos carrapaticidas em diferentes regiões, com a finalidade de prevenir ou retardar a seleção de carrapatos resistentes.
De acordo com o especialista, no Norte de Minas, o carrapato bovino é comumente encontrado em fazendas que possuem irrigação e que tenham criação de gados de raças europeias, como holandesa, jersey e angus.
“O método mais indicado de evitar a proliferação é fazendo controle alternativo, como, por exemplo, utilizando carrapaticidas de controle. Temos um tratamento por 20 dias e outro por 30 dias”, explica Eduardo, que ainda alerta que o produtor não pode erradicar o carrapato da propriedade, pois ele evita outras doenças, que podem ser até piores para os animais.
O carrapato de boi não pega em cães e cavalos, assim como em humanos. O fato de o animal ter o carrapato não interfere na qualidade da carne e do leite. O que acontece nas vacas leiteiras é a redução na produção de leite em até 9ml. O couro do animal também fica danificado, segundo o especialista.
Como fazer o controleA Epamig vem desenvolvendo estudos para controle do carrapato em bovinos. A técnica de banho por aspersão por meio de pulverizador estacionário motorizado foi considerada a mais eficaz.
O método utilizado é simples e de baixo custo, podendo estar ao alcance de qualquer criador de gado. Nos testes, foi identificado que a média da carga parasitária caiu de 66 para 15 e o número de tratamentos carrapaticidas foi reduzido de 18, realizados ao longo do ano, para entre seis e oito, feitos de forma concentrada, em um período de quatro meses.
O banho dura por volta de dois minutos e são consumidos cerca de quatro a seis litros de medicamento por animal, gerando um custo de R$ 200 para um rebanho de 100 vacas.
Minas Gerais possui o segundo maior rebanho de bovinos do país, com cerca de 22 milhões de animais, destes, 3.051.420 estão no Norte do Estado.