Projeto retomado pelo governo de Minas prevê água de qualidade para o semiárido até o final de 2021

Da Redação*
Hoje em Dia - Belo Horizonte
03/12/2020 às 07:43.
Atualizado em 27/10/2021 às 05:12
 ( Igam/Divulgação)

( Igam/Divulgação)

Cerca de 30 mil pessoas que vivem em comunidades rurais do semiárido mineiro deverão ter água própria para consumo até o final de 2021. O Projeto Água Doce (PAD) está sendo retomado em Minas Gerais. O Acordo de Cooperação Técnica foi assinado ontem pelo governador Romeu Zema.

Em 2012, o governo do Estado firmou convênio com o governo federal para implantação do PAD em Minas Gerais, mas as gestões mineiras posteriores a essa data não deram andamento ao projeto. Somente neste ano, o governador Romeu Zema retomou o plano.

O convênio visa à implementação de tecnologias alternativas para atender, prioritariamente, as populações de baixa renda do semiárido brasileiro, tendo em vista que cerca de 70% dos poços da região semiárida do Brasil apresentam águas salobras ou salinas, e a água subterrânea, muitas vezes, é a única fonte disponível para as comunidades.

Em Minas Gerais, são 85 cidades que compõem o semiárido, e estão listadas com uma ordem de prioridade indicada pelo Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR). A expectativa é a de que, até dezembro de 2021, moradores dessas localidades possam beber água de qualidade, o que em muitos locais não está disponível nem mesmo nas escolas ou unidades de saúde.
 
DESSALINIZAÇÃO
Para isso, serão feitas instalações de sistemas de dessalinização em 69 localidades rurais do semiárido mineiro, levando em consideração os aspectos sociais, ambientais e técnicos, e assim transformando a água própria para o consumo humano. 

A secretária de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Marília Melo, chamou atenção para a integração entre as áreas para combater a paralisia que existia em relação ao projeto. “Um projeto que previa um convênio de R$ 15 milhões, mas, que em função do tempo sem execução, passou para R$ 20 milhões em caixa. Em um Estado onde apenas 83% da população têm acesso a água tratada, temos um grande desafio de universalizar o saneamento. A área rural é uma das mais prejudicadas. O Água Doce é um programa de dignidade humana e de sobrevivência”, disse. 

O chefe do Gabinete Militar do Governador e coordenador estadual de Defesa Civil/MG, coronel Osvaldo, destacou o esforço do governo em abrir caminhos na gestão para alcançar o objetivo final que é atender o povo mineiro. “Não estamos levando água, estamos levando dignidade ao povo do semiárido”, afirmou.

AVANÇOS
O programa já está em implantação. Em agosto deste ano, na primeira etapa, a Semad formalizou a contratação de diagnósticos socioambientais em comunidades mineiras com vistas à aplicação da metodologia PAD. Análises sociais, ambientais, químicas, geológicas e econômicas estão sendo executadas pela EDS Energia e Desenvolvimento Sustentável Ltda, empresa vencedora do processo licitatório.

Em setembro, foram retomadas as atividades de campo e o programa já está em 30 cidades. Nessa etapa estão previstos 279 diagnósticos socioambientais e técnicos. A partir deste mês, começa a etapa com os chamados testes de vazão em 138 poços tubulares.

Nesse processo, é feita a análise físico-química e bacteriológica das águas dos poços, o que envolve a avaliação de mais de 50 substâncias contidas na água. Posteriormente, começam, ainda em 2021, as intervenções para recuperação de poços e de construção de estações de dessalinização de água, para torná-la apta ao consumo humano.

A fase final do projeto prevê monitoramento e manutenção das estações, com visitas técnicas sendo realizadas quatro vezes ao ano. 

*Com Agência Minas


 

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