Projeto mineiro vai rastrear cadeia produtiva do carvão, do plantio até o consumo industrial

Da Redação*
Hoje em Dia - Belo Horizonte
25/09/2020 às 07:01.
Atualizado em 27/10/2021 às 04:38
 (AGÊNCIA MINAS/PIXABAY/DIVULGAÇÃO)

(AGÊNCIA MINAS/PIXABAY/DIVULGAÇÃO)

A cadeia produtiva do carvão em Minas Gerais agora será rastreada por uma tecnologia inédita no país. O projeto utiliza o sistema blockchain, que vai permitir o acompanhamento totalmente digital da produção do carvão vegetal em Minas, desde o plantio até o consumo industrial.

A proposta é aumentar os padrões de desenvolvimento sustentável do Estado, protegendo as florestas e otimizando a cadeia produtiva do carvão. O projeto foi lançado pelo governador Romeu Zema.

A iniciativa da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) e do Instituto Estadual de Florestas (IEF) é a primeira no país a usar o blockchain para otimizar cadeias de um setor produtivo, a partir da execução de políticas públicas. 

O Projeto de Controle da Cadeia do Carvão com Tecnologia Blockchain está em desenvolvimento conjunto entre a Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag) e a Prodemge, com financiamento integral de R$ 2,4 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Na prática, a alta tecnologia do blockchain, que sistematiza a informação em blocos criptografados, substituindo a papelada física, permitirá encadear um sistema de informação, no qual as etapas de produção do carvão sejam melhor rastreadas. 

O principal objetivo é evitar fraudes, reduzir custos e conferir maior agilidade a toda a cadeia. Esse processo envolve o plantio, a carbonização, o controle logístico do transporte e o consumo nas indústrias.

Os problemas encontrados na cadeia produtiva do carvão, atualmente, são inúmeros: há riscos de adulteração da origem do carvão; não há controle da área de floresta plantada; o processo é manual e há erros de preenchimento; há muitos documentos para serem analisados pelos órgãos fiscalizadores; Minas Gerais possui diversas siderúrgicas que utilizam carvão vegetal e que demandam maior agilidade das licenças para obtenção do produto.
 
AÇO VERDE
O governador Romeu Zema destacou o forte apelo de preservação ambiental da iniciativa, conciliado a uma tecnologia capaz de evitar fraudes e agilizar processos. “Nós somos capazes de agir com responsabilidade ambiental, de produzirmos um aço verde, um gusa verde, um carvão verde. Eu acredito muito que podemos ser um Estado sinônimo de preservação ambiental responsável, conciliada com o desenvolvimento industrial e econômico. Uma coisa não exclui a outra. Precisamos é saber conduzir isso de forma adequada. A cadeia do carvão é extremamente relevante”, disse o governador.
 
INCLUSÃO
O secretário de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), Germano Vieira, destacou também o caráter inclusivo do projeto, que vai beneficiar milhares de pequenos produtores em Minas.

“É um momento emblemático e histórico para nossa gestão. A maior concentração de florestas plantadas do país está em Minas Gerais. No total, 93% dos municípios mineiros possuem florestas plantadas para essa atividade. E 75% da produção de carvão vegetal do Estado vem de pequenos produtores, ou seja, é uma atividade altamente inclusiva”, disse o secretário.
 
INDÚSTRIA
Hoje, Minas Gerais detém a maior concentração de florestas plantadas para extração vegetal do país, no cenário em que o Brasil lidera a produção de aço a partir do carvão vegetal. Cerca de 80% das 125 indústrias que usam carvão vegetal no país estão em Minas.

Por isso, além de otimizar processos, ao rastrear todo o ciclo do carvão vegetal digitalmente, haverá uma proteção mais eficiente para a vegetação nativa do Estado, conforme avalia o diretor-geral do Instituto Estadual de Florestas (IEF), Antônio Malard.

“O que a gente espera de resultados é uma remodelagem completa de como o serviço é realizado. Vamos reduzir drasticamente o desmatamento de florestas nativas, dar maior subsídio à fiscalização, maior segurança e celeridade do processo e uma desburocratização completa, que vai gerar redução de custos ao Estado”, avaliou Malard.

*Com Agência Minas

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