Prefeitos do Norte de Minas pedem ajuda do Estado para fiscalizar barreiras sanitárias

Márcia Vieira
O Norte
28/05/2020 às 01:53.
Atualizado em 27/10/2021 às 03:37
 (ASCOM PMMC/divulgação)

(ASCOM PMMC/divulgação)

Municípios do Norte de Minas pedem a ajuda do governo do Estado para fiscalização de veículos clandestinos que trafegam pelas rodovias para evitar a disseminação do coronavírus. 

O assunto foi tratado em videoconferência promovida pela Associação dos Municípios da Área Mineira da Sudene (Amams), que elabora documento a ser enviado ao governo.

A alegação dos prefeitos é a de que o vírus seria “transportado” por vans e ônibus clandestinos que fazem viagens especialmente em horários pouco convencionais, como a madrugada, e escolhendo atalhos para evitar a fiscalização.

Estes veículos vêm principalmente de cidades de São Paulo, transportando norte-mineiros que retornam aos seus municípios. Alguns deles, sem saber, podem ser portadores do vírus e, sem querer, multiplicam os casos da doença na região.

Os pontos estratégicos sinalizados pelo documento são as duas pontes sobre os rios das Velhas e Jequitinhonha, as rodovias BR-135 e BR-365 no Norte de Minas e a rodovia que dá acesso ao Vale do Jequitinhonha, na estrada de Olhos D’Água.

Cidades como Espinosa e São João do Paraíso são exemplos de municípios com casos confirmados de Covid-19 cujo contágio possivelmente se deu dessa forma. Em Ibiaí, situação semelhante pode ter ocorrido. O prefeito da cidade e presidente da Amams, Larravardierie Batista Cordeiro, destaca que, no caso de aumento significativo dos casos, municípios menores não têm estrutura hospitalar suficiente para atender a demanda.

“Nós temos apenas um caso, mas se houver muitos outros não teremos condições de atender. Temos um respirador para casos de emergência e, se um paciente precisar, ele é entubado e imediatamente transportado para Pirapora, cidade mais próxima com capacidade para atender. Mas, das cinco UTIs disponibilizadas para casos de Covid aos municípios do entorno, três já estão ocupadas”, preocupa-se o prefeito.

O alerta já teria sido dado pela Amams em março, considerando que o Norte de Minas é o segundo maior entroncamento rodoviário do Brasil e com um fluxo aproximado de 15 mil veículos pesados que fazem a ligação Nordeste e Sudeste brasileiro.

Durante a reunião, o diretor do DEER-MG, Anderson Tavares, pontuou que muitas vezes o licenciamento de tráfego dos veículos é da Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT), daí a fiscalização estadual não ser possível. A solução seria as prefeituras instalarem as barreiras e o órgão estadual funcionar como um suporte para efetivar blitze nos locais solicitados.

MONTES CLAROS
Com 57 casos confirmados da doença e 16 internações (oito pacientes de Montes Claros e oito de outros municípios), de acordo com boletim desta quarta-feira, a cidade assiste ao aumento diário de registros da Covid-19.

Uma das tentativas de conter o avanço da doença foi a colocação de barreiras sanitárias. Toda pessoa que chegar de outro município deve guardar isolamento social por sete dias (se não apresentar sintomas) ou 14 dias (se apresentar sintomas gripais).

O descumprimento da medida pode acarretar multas que variam de R$ 300 a R$ 1.900. Das cerca de 2 mil pessoas que receberam a pulseira de identificação ao passar pela barreira, 900 foram multadas por não respeitarem as regras. 

De acordo com a Assessoria de Comunicação da prefeitura, nem todas apresentavam sintomas da doença, mas descumpriram o isolamento. As multas são publicadas no Diário Oficial e o prazo para recorrer é de 15 dias.

 
 

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