Policiais rodoviários presos por fazer ‘vista grossa’

Eles são suspeitos de receber propina de quadrilhas de roubo de cargas

Bruno Inácio / Renata Evangelista
08/02/2019 às 07:10.
Atualizado em 05/09/2021 às 16:27
 (POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL/DIVULGAÇÃO)

(POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL/DIVULGAÇÃO)

Seis policiais rodoviários federais são investigados por envolvimento em um esquema de recebimento de propina que envolvia quadrilhas de roubo de cargas e desvio de combustíveis no Norte de Minas. Os agentes foram presos ontem, durante operação da Polícia Federal (PF).

De acordo com as apurações, os crimes se concentravam nas BRs 367 e 116, área de abrangência de um posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF) de Itaobim, no Vale do Jequitinhonha. Das detenções, três são preventivas e três temporárias.

Detalhes sobre o esquema não foram repassados pela PF, que alegou que o caso corre em segredo de Justiça. Porém, uma fonte da PRF informou que os suspeitos lucrariam em cima dos roubos de carga e se apropriavam de produtos contrabandeados.

“Os policiais tanto cobravam dos bandidos para não haver patrulhamento nos locais onde os roubos aconteciam quanto ficavam com parte da carga”, explicou a fonte. Parte do material foi apreendida na casa dos suspeitos durante a ação da Polícia Federal.
 
DENÚNCIAS
Os policiais rodoviários já estavam sendo investigados há cerca de nove meses, quando surgiram as primeiras denúncias de transportadoras de cargas de que as quadrilhas que roubavam os caminhões estavam tendo facilidade para cometer os crimes.

Dentre as artimanhas usadas pelo grupo, segundo a fonte ouvida pela reportagem, era a “maquiagem” de operações. “Para não ficar explícito que os criminosos estavam tendo ajuda, eles forjavam apreensões de produtos, mas as ocorrências eram fraudadas, com a subnotificação do que realmente tinha sido apreendido, por exemplo”, contou.
 
MANDADOS
Segundo a PF, os mandados de prisão foram expedidos pela Justiça Federal de Teófilo Otoni. As buscas e detenções aconteceram em Itaobim, Salinas, Cachoeira do Pajeú e Teófilo Otoni, municípios da região Norte e dos vales do Jequitinhonha e Mucuri.

Ainda de acordo com a corporação, os suspeitos foram levados para as penitenciárias de Teófilo Otoni e Nelson Hungria, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

Dentre os crimes aos quais eles respondem estão corrupção passiva, inserção de dados falsos em sistemas de informações, receptação, associação criminosa e prevaricação. Se condenados por todos os delitos, eles podem pegar até 30 anos de cadeia.

Procurada, a Polícia Rodoviária Federal (PRF), que também auxiliou nas prisões, informou que não iria se manifestar sobre a investigação por conta do segredo de Justiça.

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