Norte de Minas em colapso pela Covid: principais cidades não têm mais leitos para receber pacientes

Márcia Vieira
O NORTE
16/03/2021 às 00:39.
Atualizado em 05/12/2021 às 04:25
 (HC/Divulgação)

(HC/Divulgação)

A cada dia mais cidades do Nortes de Minas sinalizam a falta de leitos para atender pacientes com Covid-19 e o quadro da região se torna ainda mais crítico. Boletim divulgado pela Superintendência Regional de Saúde na última semana mostra que a ocupação de leitos de UTI exclusivos para a doença é de 71,14%, índice que coloca a macrorregião em 9º lugar no ranking das 14 áreas de divisão do Estado.

Mas, quando se analisa as microrregiões e as cidades, a situação é muito mais grave. Nesta segunda-feira (15) a Prefeitura de Varze-lândia emitiu um comunicado informando que está com ocupação máxima de leitos para Covid-19 e pedindo a população para cumprir o isolamento social.

A secretária municipal de Saúde, Célia Fialho, informa que não há possibilidade de receber mais pacientes infectados pelo novo coronavírus na unidade hospitalar e que todos os esforços e meios possíveis estão sendo feitos para amenizar a situação.

De acordo com a prefeita, Valquíria Cardoso, a situação do hospital é crítica e o município está buscando apoio do governo para ofertar melhor atendimento. 

“A situação é séria e o colapso é total. Até agora foram 16 óbitos, são 12 internações em Varzelândia, duas em Montes Claros e uma em Brasília de Minas”, diz Valquíria, que no momento em que conversava com a reportagem de O NORTE foi informada de mais um óbito em razão da Covid.

“Estamos com quatro pacientes nesse momento precisando de vaga na UTI e não estamos conseguindo em lugar nenhum. O oxigênio que pegávamos toda semana, passamos a buscar todos os dias e, ontem (domingo), já tivemos a informação que vai faltar. Não existe mais condição de reabastecer a tempo e a hora e isso é muito preocupante”, pontua a prefeita.
 
DISPARADA
O grande problema é que a evolução dos dados tem subido com uma velocidade assustadora. Na semana passada, a região de Brasília de Minas, na qual Varzelândia está incluída, apresentava uma ocupação de 70% dos leitos de UTI Covid. No próximo balanço, previsto para amanhã, a situação deve ser bem diferente.
 
TRANSFERÊNCIAS
Em Coração de Jesus, o secretário Municipal de Saúde, Guilherme Leal, aposta nas medidas de prevenção para amenizar o impacto da doença. Segundo ele, houve readequa-ção da estrutura de saúde do município, com adaptação dos leitos para atendimento a pacientes leves e moderados. Porém, como Coração de Jesus não é referência para tratamento da doença, é necessário encaminhar pacientes para outros municípios.

“O papel nosso enquanto município que atende também a microrregião de Coração de Jesus, composta por Lagoa dos Patos, São João do Pacuí, São João da Lagoa e Jequitaí, é receber o paciente e, se ele precisar de um aporte maior, um leito de UTI, nós referenciamos para hospitais da rede”, afirma.

No entanto, a principal referência para essas cidades é Montes Claros, que não tem mais leitos disponíveis. “Como a cidade está com superlotação, eles (pacientes) estão sendo direcionados para Brasília de Minas ou Pirapora. O município tem se mobilizado e seguido as deliberações do governo, além de fortalecer a vacinação, que é feita de casa em casa para que os idosos não precisem se deslocar”, diz Guilherme Leal.

  

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