(Fábio Marçal)
A combinação de chuva, acúmulo de lixo e água parada é perfeita para o aumento da população de um inimigo pequeno, porém capaz de grandes estragos: o Aedes aegypti, mosquito transmissor de doenças como dengue, chikungunya e zika. E no Norte de Minas o prejuízo é dos grandes. A região já responde por 35% dos casos suspeitos de zika no Estado.
A cidade com maior número de ocorrências é Gameleiras, com 13 casos de janeiro até o último dia 18. Dados são do Boletim epidemiológico de monitoramento dos casos de dengue, chikungunya e zika.
Em seguida no ranking de casos suspeitos aparecem Januária (9), Montes Claros (5), São Francisco e Mirabela (4), Bocaiuva (2), além de Capitão Enéas, Espinosa, Jequitaí, Pirapora, São João do Pacuí e Urucuia, todos com um registro.
No território mineiro já foram registrados 121 casos prováveis de zika em 2019, sendo 31 em gestantes sem confirmação laboratorial até o momento.
DENGUE
Também transmitida pelo mesmo vetor, a dengue é outra preocupação. O Estado registrou até 18 de fevereiro 23.893 casos –soma de confirmados e suspeitos. O levantamento também aponta que das 15 cidades com maior incidência da doença nas últimas quatro semanas, proporcionalmente ao número de habitantes, seis estão no Norte de Minas.
Campo Azul é a terceira, com 63 casos em uma população de apenas 3.863 habitantes. Mirabela, que chegou a liderar o ranking em janeiro, agora ocupa a oitava posição, mas continua em alerta. São 159 casos, para 13.726 habitantes.
Quando o assunto é dengue, Gameleiras volta a aparecer na lista. Foram 53 casos em uma população de 5.246 pessoas. O rol tem ainda Várzea da Palma (364 casos entre os 39.128 habitantes), São Romão (107 casos num universo de 11.892 pessoas) e Francisco Sá (237 casos e 26.428 habitantes).
As cidades de Buritizeiro, Capitão Enéas, Catuti, Ibiaí, Juramento, Lassance, Lontra, Mato Verde, Ponto Chique, Santa Fé de Minas, Ubaí e Urucuia, também estão com incidência considerada “muito alta”.
MONTES CLAROS
O município teve 248 casos suspeitos de dengue registrados em 2019. De acordo com o critérios de avaliação do Programa Estadual de Controle das Doenças Transmitidas pelo Aedes, levando em consideração o número de habitantes, a incidência é considerada baixa.
Entretanto, os dados do primeiro Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti - LIRAa, divulgado pelo Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) no fim de janeiro, mostraram que há risco de epidemia de dengue em Montes Claros. O índice foi 5,9%, quando o considerado seguro pelo Ministério da Saúde é 1%.
De acordo com o coordenador de Vigilância em Saúde de Montes Claros, Valdemar Rodrigues dos Anjos, em Gameleiras, onde é alto o índice de casos suspeitos, houve intensificação no combate aos focos do mosquito transmissor, com uso do popularmente conhecido fumacê. Rodrigues afirmou ainda que, na próxima semana, começa o trabalho dentro das residências, com o inseticida Aerosysten. Segundo ele, as cidades têm recebido equipamentos e capacita-ção para combater o Aedes.