Mutirão coleta DNA para identificar desaparecidos

Campanha é realizada pela Polícia Civil em Montes Claros e Januária

Leonardo Queiroz
O NORTE
16/06/2021 às 00:30.
Atualizado em 05/12/2021 às 05:11
 (ARQUIVO PESSOAL)

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A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) realiza um mutirão para coleta de DNA de familiares de pessoas desaparecidas. O objetivo é atualizar dados de pessoas não localizadas e trazer respostas às famílias. A campanha é realizada em várias cidades mineiras que dispõem de estrutura de Posto Médico-Legal (IML), como Montes Claros e Januária, no Norte de Minas. 

O mutirão está marcado para acontecer até a próxima sexta-feira (18), mas a campanha continuará após esse prazo. As coletas já estão sendo realizadas desde a última segunda-feira (14) no Posto Médico-Legal em Montes Claros, situado na rua Monte Paschoal, s/n, bairro Ibituruna. Todas as pessoas poderão ter acesso ao exame.

A cozinheira Siléia Ferreira Cardoso, de 42 anos, fez a coleta nesta terça-feira (15) na esperança de reencontrar o filho Henrique Ferreira de Jesus, de 25, desaparecido há um ano e quatro meses. 

“Meu filho morava no Rio de Janeiro há quatro anos e trabalhava como barbeiro. Determinado dia, saiu para consultar e nunca mais voltou. Era um rapaz com boas amizades, muito querido por todos e gostava muito de ajudar as pessoas. A gente tinha uma relação maravilhosa. Meu coração está partido e vivo uma luta diária. Todas as datas comemorativas ele vinha nos ver e chegava sempre de surpresa”, lembra, saudosa.

“A última vez em que nos falamos, ele tinha se queixado da garganta inflamada e diarreia. Ele me ligou dizendo que havia buscado atendimento em uma UPA e não havia conseguido. Daí, eu o aconselhei a ir a um médico particular. Depois que saiu para a consulta, nunca mais tive informação dele”, diz.
 
BANCO DE DADOS
A Polícia Civil integra a campanha promovida pelo Ministério da Justiça e da Segurança Pública e tem feito um mutirão de coleta do material genético desses familiares, que é inserido em um banco de dados nacional.

No mesmo banco é inserido material genético de corpos e ossadas de desconhecidos. O objetivo é identificar esses corpos e ossadas, dando respostas aos familiares e auxiliando ainda em questões civis e criminais.

A coleta de material genético de familiares de desconhecidos já é feita pela Polícia Civil de Minas Gerais há alguns anos. “A coleta é realizada com o uso de swab (cotonete) bucal que, em seguida, é acondicionado e enviado para o banco nacional de dados de DNA, onde será feito o confronto. O exame deve ser agendado no IML de Montes Claros ou na cidade de Januária”, afirma o médico legista e chefe do Posto Legal da PC, Giuliano Cruz Barreto.

Segundo ele, o ideal é que, no caso da vítima do desaparecimento, compareçam para a coleta parentes de primeiro grau: pais, irmãos e filhos. No caso de crianças de 2 a 4 anos de idade, podem ser levados dente de leite e chumaço de cabelo que estejam em boa conservação.

“O DNA do desaparecido também poderá ser extraído de itens de uso pessoal, como escova de dentes, escova de cabelo, aparelho de barbear, aliança, óculos, dentre outros”, explica o médico legista.

ENCONTRO
O delegado Regional, Herivelton Ruas Santana, esclarece que é de suma importância a necessidade de registro da localização da pessoa que se encontrava desaparecida. “Logo que a pessoa que estava desaparecida for encontrada, ela ou um familiar de primeiro grau deve se dirigir a uma unidade da Polícia Civil ou Militar e, então, registrar essa localização”, alerta.

De acordo como delegado Geral, Jurandir Rodrigues, as coletas são voluntárias e ocorrem simultaneamente em Montes Claros e Januária (Posto Médico-Legal - rua Maestro Manoel Leite, 50, bairro Bandeirantes).

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