Moto-taxistas contrariam interdição e improvisam reparos na ponte velha

Jornal O Norte
26/12/2005 às 11:02.
Atualizado em 15/11/2021 às 08:56

Tiago Severino


Correspondente

A interdição da Ponte Marechal Hermes (Ponte Velha), que liga Pirapora e Buritizeiro,  na quarta-feira, 21/12, não atrapalhou o fluxo de veículos e pessoas no local. As faixas e barreiras de trânsito impedido, montadas nos lados de Pirapora e Buritizeiro, nas passarelas de motos e pedestres, foram arrancadas e a passagem totalmente livre.

- Nós chegamos para trabalhar e a ponte estava interditada. Reunimos a maioria dos mototaxistas e nós mesmos fomos lá e arrancamos as tábuas do lado dos pedestres, para amenizarmos a situação. Os órgãos competentes, seja de Buritizeiro ou de Pirapora, não estão tomando nenhuma medida para solucionar o problema - diz o Moto-taxista buritizeirense Ivanilson Pereira Alckimin, afirmando ainda que é comum a ocorrência de acidentes com motociclistas no momento de fazer a travessia da ponte.

Ivanilson diz que na quarta-feira, o ponto onde atua recebeu 50 chamadas, destas apenas uma foi atendida. Para passar pela BR-365, fazendo uma volta de 8 km, o preço da corrida de moto-táxi sobe de R$ 3,00 para R$ 4,00.

RESPONSABILIDADE DA REFORMA

Na ponte existe duas placas que indicam os trechos de responsabilidade das Prefeituras, mas ao percorrer os 694 metros é possível verificar que as duas áreas estão deterioradas e com apresentam a falta de madeiras no assoalho, com grande número de grades corroídas pela ação do tempo e a visível falta de reparos.

De acordo com a Prefeitura de Pirapora, a responsabilidade pela ponte foi passada para o município de Buritizeiro pela Rede Ferroviária Federal. No entanto, o Contrato de cessão teria se encerrado e a Prefeitura de buritizeirense teria aceitado cuidar apenas da metade correspondente à margem esquerda do rio e da cidade.

COBRANÇA DE PEDÁGIO

Segundo o Secretário Municipal de Obras de Pirapora, José Márcio Liguori, a prefeitura deverá iniciar obras de reparos nos próximos dias. O Prefeito Warmillon Fonseca Braga já teria emitido a ordem para a compra do material para uma reforma prévia. José Márcio diz que está aguardando o recebimento desse para iniciar os reparos.

Em entrevista a uma rádio de Pirapora, José Márcio falou sobre a possibilidade de se terceirizar a ponte. Seria criado um espaço para bares e restaurantes e conseqüentemente uma reforma geral em toda a estrutura. Para manter, tudo isso seria cobrado um pedágio para ir ao outro lado.

Cerca de 6 mil pessoas passam pela ponte Velha diariamente. Com a cobrança de R$ 0,25 centavos por pessoa, vai gerar R$ 1,5 mil de arrecadação e R$ 45 mil ao mês. No entanto, quem atravessa a ponte de 2 a 3 vezes por dia, para trabalhar, estudar e realizar outras atividades, vai sentir no bolso o peso da proposta de criação do pedágio.

INTERDIÇÃO

Ao contrário do que foi noticiado na mídia, a ponte velha foi interditada pela Polícia Militar, a pedido da Prefeitura de Pirapora, e não pelo Corpo de Bombeiros. Segundo o Tenente Ronaldo Maximiliano Batista, Comandante do 2º Pelotão, o Corpo de Bombeiros esteve no local somente após uma solicitação oficial, constatando in-loco que realmente havia a necessidade de interromper o trânsito na ponte.

- Constatamos que tratava-se de risco de acidentes, oferecidos em conseqüência da deterioração de várias madeiras que compõem as áreas de trânsito de  veículos e pedestres - registou o Boletim de Ocorrência n° 4209/05, registrado pela equipe de Bombeiros que vistoriou a ponte.

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