(FÁBIO MARCHETTO/AGÊNCIA MINAS)
O número de gestantes que morreram por complicações da Covid-19 mais do que dobrou em Minas em menos de dois meses. Já são 125 óbitos desde o início da pandemia. Nesta segunda-feira foi confirmada a primeira vítima da variante delta no Brasil, uma grávida de 42 anos. Autoridades de saúde pedem uma velocidade maior na campanha de imunização.
Até o fim de abril, 56 grávidas perderam a vida após contrair o vírus. Até 20 de junho, mais 69 mineiras que iriam dar à luz não resistiram após a contaminação.
Segundo a Secretaria de Estado de Saúde, 3.460 mulheres em período gestacional testaram positivo até o momento. A média de idade das doentes é de 28 anos.
“O quadro é extremamente preocupante. E a nossa única saída é a vacinação para protegê-las contra a infecção que leva à Síndrome Respiratória Aguda Grave”, avaliou a médica Cecília Maria Roteli Martins, presidente da Comissão Nacional Especializada em Vacinas da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasco).
De todas as contaminadas pelo vírus, cerca de 5% apresentavam doenças crônicas. Ao todo, 202 pacientes com a forma grave da enfermidade precisaram de hospitalização em terapias intensivas. “O número de prematuros que vão para a UTI e que vão a óbito também está se acumulando”, completou.
A infecção pela Covid entre as gestantes também preocupa os especialistas por conta da necessidade por assistência ventilatória e o aumento das chances do desenvolvimento de trombose.
Atrelado a isso, a circulação das mutações é mais um desafio. A grávida de 42 anos que morreu após contrair a variante delta veio do Japão para Apucarana, no norte do Paraná, onde morreu, em abril.
Oito dias após a confirmação da doença, a mulher foi internada e passou por uma cesariana de emergência. Nascido com 28 semanas de gestação, o bebê fez o teste para a doença, mas teve resultado negativo.