Mobilização contra o trabalho infantil

Exploração da mão de obra de crianças e adolescentes é grande e exige ações do poder público e da sociedade

Christine Antonini
Montes Claros
12/06/2018 às 06:37.
Atualizado em 03/11/2021 às 03:33

No campo, lidando com agrotóxicos e equipamentos perigosos para o cultivo de vários produtos, ou na cidade, vendendo balas, água ou picolés nas ruas, trabalhando em casas de família ou em indústrias, não é difícil encontrar meninos e meninas que deixam a escola e a infância de lado para se dedicarem a atividades que deveriam ser apenas dos adultos.

Em Montes Claros, dados do Censo do IBGE de 2010 mostram que 1.750 crianças, com menos de 12 anos, tinham a mão de obra explorada.

No Brasil, segundo dados do IBGE de 2016, são mais de 2 milhões de crianças e adolescentes de 5 a 17 anos trabalhando.

Número que precisa ser mudado e que tem a data de hoje, Dia Mundial de Combate ao Trabalho Infantil, como marco para debater a situação e tentar criar políticas públicas de erradicação da exploração da mão de obra de crianças e adolescentes.

“Os dados não traduzem a realidade que vivemos. A cada ano o número de crianças trabalhando é maior. Existe uma falsa realidade de que criança que trabalha não se envolve com drogas”, afirma o conselheiro tutelar Lucas Arruda. Ele afirma que empresários contratam crianças para fugir de impostos. 

“O valor pago na mão de obra infantil é muito menor do que um salário pago para um funcionário. Além disso, as crianças não possuem os direitos trabalhistas. É tudo negociado na ilegalidade”, completa.
 
SEMINÁRIO
Com o objetivo de chamar a atenção para as consequências danosas do trabalho infantil para o futuro de crianças e adolescentes, a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social de Montes Claros promove amanhã um seminário sobre o assunto, na Câmara Municipal.

Segundo a secretaria, os principais casos de exploração do trabalho infantil acontecem na zona rural, na agricultura, e expõem crianças e adolescentes a intoxicações por agrotóxicos e ao risco de acidentes por uso de ferramentas cortantes.

Outros trabalhos informais são a venda de picolé em carrinhos, principalmente por meninas, que ficam expostas à violência nas ruas e doméstica, com jornadas de trabalho exaustivas. 

Denúncias podem ser feitas através do Disque 100, sem se identificar.

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