Minas volta a adiar pico de transmissão do novo coronavírus; Capital cria barreiras sanitárias

Auge da doença em Minas está previsto para 8 de junho, prolongando estado de isolamento; capital terá 13 pontos de checagem de visitantes

Renata Evangelista e Renata Galdino
Hoje em Dia - Belo Horizonte
12/05/2020 às 01:15.
Atualizado em 27/10/2021 às 03:29
 (DIVULGAÇÃO)

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Em meio a tanta apreensão de comerciantes, empresários e autônomos para a retomada das atividades econômicas, Minas Gerais tem uma nova data para o pico de casos, internações e mortes em decorrência da pandemia do novo coronavírus. Agora, o auge da doença no Estado está previsto para acontecer em 8 de junho, dois dias após a projeção anterior.

A informação foi passada pelo secretário de Estado de Saúde de Minas Gerais, Carlos Eduardo Amaral, nesta segunda-feira (11). Conforme o gestor, além do adiamento do pico, o Estado também deve ter menos doentes hospitalizados com a Covid-19.

O número de internações deve ficar abaixo dos 3 mil. A quantidade de mortes, no entanto, não foi detalhada. Na semana passada, a previsão era de 200 óbitos. Conforme Amaral, o distanciamento social e o uso de máscara ainda são fundamentais para combater a pandemia. “O objetivo é evitar o pico. Isso para nós é o mais importante”, ressaltou o secretário.

TESTAGEM EM MASSA
Nesta segunda, o Estado bateu os 100 mil casos suspeitos de infectados pelo novo coronavírus. Amaral destaca que essa taxa não representa nem 5% da população mineira e frisou que os critérios mais importantes que têm que ser analisados pelos órgãos de saúde são as mortes confirmadas e ocupações dos leitos dos hospitais. Atualmente, Minas tem 121 óbitos pela doença.

Apesar de reconhecer a importância de realizar testagem em massa, o secretário frisou que os exames devem ser feitos com cautela. Amaral comentou que os testes estão em falta em todo o mundo e que Minas ainda não atingiu o pico da doença.

“Tem um desabastecimento natural no país. E tem estados com situação pior e que têm prioridade para receber testes. Minas ainda está com a epidemia controlada”, explicou.

Para o secretário, o Estado tem que ser eficiente na realização dos testes para não faltarem exames quando o pico realmente chegar.
 
BLOQUEIO
O secretário adjunto de Estado de Saúde, Marcelo Cabral, voltou a descartar bloqueio total de cidades mineiras por causa da pandemia. “Neste momento não vislumbro um lockdown. Mas cada município tem autonomia para fazer o que for necessário”, disse.

Em Belo Horizonte, a decisão do prefeito Alexandre Kalil foi por criar 13 barreiras sanitárias, a partir da próxima semana, em entradas da cidade. O anúncio foi feito na tarde desta segunda-feira (11). Kalil não descartou a possibilidade de “até fechar a cidade”.

“Depende de nós, eu não quero trancar essa cidade. Agora, a população de BH tem três anos e meio que me conhece. Não se espante se Belo Horizonte for a primeira cidade a ser trancada. O povo é que vai determinar a reabertura de Belo Horizonte ou lockdown”, afirmou.

Segundo o chefe do Executivo municipal, ônibus e carros serão parados nas barreiras sanitárias pela fiscalização, formada por agentes da BHTrans, da Guarda Municipal e da Polícia Militar (PM). As equipes também contarão com funcionários da Secretaria Municipal de Saúde (SMSA).

A ideia é medir a temperatura, com termômetros infravermelho, de todas as pessoas que estiverem chegando ao município. Elas também responderão a um questionário. “É uma das maneiras que temos de identificar quem é contato de alguém que está doente ao entrar em Belo Horizonte”, explicou o secretário de Saúde, Jackson Machado.

Essa medida já foi adotada em Montes Claros e mais três municípios do Norte de Minas – Espinosa, Monte Azul e São Francisco.

Caso, durante a entrevista, seja identificado que o cidadão tem algum contato com infectados com o coronavírus, ele será encaminhado para um dos laboratórios específicos em análise de doenças respiratórias.

Os locais onde as equipes serão mobilizadas ainda serão divulgados. É preciso também identificar quais as eventuais rotas de fugas para que agentes também estejam fazendo a fiscalização.

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