(WESLEY RODRIGUES/JORNAL HOJE EM DIA)
Minas Gerais soma mais de 82 mil casos prováveis de dengue neste ano, com 56 mil confirmações e 12 mortes – 56 ainda em investigação. E o período que se inicia, com chuvas mais frequentes e calor, é propício para a proliferação do Aedes aegypti.
Para tentar segurar o número de registros de doenças causadas pelo mosquito em plena pandemia da Covid-19, o governo de Minas estruturou um Plano Estadual de Contingência para enfrentar o período sazonal das arboviroses urbanas.
O plano, segundo o secretário de Estado de Saúde, Carlos Eduardo Amaral, “agrega ações promovidas por áreas diversas, como vigilância, assistência, comunicação, mobilização social e gestão, de forma integrada, para mais efetividade no enfrentamento das arboviroses”.
O objetivo é que o plano detecte, precocemente, o aumento de transmissão das doenças – dengue, zika e chikungunya – para desencadear ações de contingenciamento. E, consequentemente, levar à redução da mortalidade por conta destes agravos.
O número de casos dessas doenças aumentam, normalmente, de dezembro a maio. Em Montes Claros, nas últimas quatro semanas, foram registrados seis casos prováveis de dengue. A incidência na cidade ainda é considerada baixa, mas isso não é motivo para moradores e o poder público relaxarem nas medidas de combate ao vetor.
O município tem histórico de sofrer com a dengue, principalmente por conta do hábito dos moradores de estocarem água e sujeira em lotes vagos.
LIRAA
No início deste ano, o Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LirAa) detectou uma taxa média de infestação de 10,3% – dez vezes superior ao índice de segurança considerado pelo Ministério da Saúde, que é de 1%. Essa taxa já sinaliza risco de epidemia.
Em 17 bairros de Montes Claros, a taxa foi superior a 20%, superando os 30% em alguns, deixando o município em alerta.
AÇÕES
A estratégia do governo mineiro prevê ações segmentadas por eixos, implementadas em três fases, monitoradas por meio de indicadores. Detectado o risco em qualquer cidade, uma ação coordenada de resposta deverá ser encaminhada pelo subsecretário de Vigilância em Saúde, com participação das demais subsecretarias que compõem a SES-MG.
Um comitê gerido pela Coordenação Estadual de Vigilância das Arboviroses deverá se reunir semanalmente, de dezembro a maio, para análise dos indicadores.
MUNICÍPIOS
A partir deste Plano de Contingência, os gestores municipais deverão estruturar os planos de seus territórios. Para auxiliar neste processo, a SES-MG providenciou oficinas preparatórias para as referências técnicas das Unidades Regionais de Saúde, que deverão estabelecer cronogramas para replicação de informações e apoio à suas áreas de abrangência.
“Além de nortear as ações do Estado, o Plano de Contingência possibilitará a construção de planos municipais conforme a realidade local e, consequentemente, a detecção de uma epidemia antes da explosão de número de casos de dengue, zika e chikungunya, permitindo ações de controle”, avalia a diretora de Vigilância de Agravos Transmissíveis da SES-MG, Janaína Souza.
*Com Agência Minas