Mapa do socorro

Psicólogas e advogadas podem aderir a rede de acolhimento à mulher violentada

Bruno Inácio
Hoje em Dia - Belo Horizonte
24/07/2018 às 06:42.
Atualizado em 10/11/2021 às 01:33

A cada hora, pelo menos 16 mulheres são vítimas de violência doméstica em Minas Gerais. Além de o número ser preocupante, muitas delas não têm acesso a uma rede de atenção que faça com que elas consigam sair desse cenário de agressões.

Para mudar esse quadro e oferecer a ajuda necessária às vítimas, um serviço on-line será lançado nesta semana. O Mapa do Acolhimento busca formar uma rede de apoio para realizar atendimentos nas áreas da saúde e jurídica.

Até o momento, 113 advogadas e médicas já se cadastraram como voluntárias.

Os trabalhos serão prestados gratuitamente a mineiras violentadas que encontram dificuldade no acesso ao serviço público e não têm como pagar por eles na rede privada. A vítima poderá entrar em contato por meio de um site ou redes sociais.

A ideia de conectar profissionais e mulheres agredidas começou a tomar forma em 2016. Na época, o estupro coletivo de uma adolescente de 16 anos em um baile funk, no Rio de Janeiro, ganhou repercussão nacional.

Com o crescimento da iniciativa, os idealizadores decidiram abrir espaço para pessoas de outros estados participarem do projeto, dentre eles, Minas.

Membro do Mapa do Acolhimento desde a criação, a psicóloga Andrea Viana afirma que a rede é uma forma de dar força às vítimas. “Quando trabalhei em um projeto do governo de Minas na Febem (extinta Fundação do Bem-Estar do Menor), vi que muitas garotas foram abusadas e se tornaram violentas depois. Quando fiquei sabendo do projeto, me interessei na hora”.
 
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Apesar de a plataforma já estar acessível no território mineiro, nenhum atendimento foi feito. A coordenação da iniciativa atribui à pouca divulgação. “Acredito muito no que estamos propondo. Essa cooperação é fundamental para que cada uma se sinta acolhida em situações de violência e vulnerabilidade”, diz Clarissa Andrade, psicóloga que atua em Ouro Preto, na região Central.

Segundo a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), existe uma rede integrada de atendimento à mulher, composta não só pelas polícias, mas também pelo poder judiciário. Em qualquer localidade, a vítima pode ligar para as polícias Militar (190), Civil (197) ou na Central de Atendimento à Mulher (180).

A meta do Mapa do Acolhimento é que até o fim deste ano o serviço esteja disponível em todo o Brasil. “Foi por saber que o Estado, muitas vezes, não consegue lidar com a urgência de acolher vítimas de violência que optamos por criar uma rede de solidariedade”, conta Isabel Albuquerque, coordenadora do projeto. Interessadas em participar como voluntárias podem se inscrever pelo site queroacolher.mapadoacolhimento.org.

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