Mão-pé-boca dobra em Minas

Cinquenta cidades têm casos registrados no ano; surto é considerado sazonal e higiene principal prevenção

Bruno Inácio
Hoje em Dia - Belo Horizonte
25/09/2018 às 05:49.
Atualizado em 10/11/2021 às 02:37

Nos últimos três meses, o número de cidades mineiras que registraram casos da síndrome mão-pé-boca mais que dobrou em Minas: 50 municípios tiveram notificações da enfermidade, aponta levantamento mais recente da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), fechado na última quinta-feira. Em junho, eram 24.

A doença é viral e acomete principalmente crianças de 0 a 5 anos, causando bolhas e feridas nos pés, boca e mãos, além de mal-estar e febre alta. Os casos têm aumentado de forma significativa. Foram 1.479 registros entre julho e setembro, ante 636 dos três meses anteriores ao período.

Os dados, contudo, podem não refletir o tamanho do surto, uma vez que a síndrome não é de notificação compulsória e pode ser confundida com outras complicações. Oficialmente, 2.289 mineiros foram vítimas do vírus. Em Montes Claros, já foram registrados 44 casos da doença neste ano.

A cidade que mais contribuiu para os altos índices de registro de mão-pé-boca foi Monte Santo de Minas, no Sul do Estado. Só lá, foram 1.295 pessoas com a síndrome – quase todas crianças –, o que representa 56% das ocorrências no Estado.

“Isso não quer dizer que tivemos mais casos aqui. Na verdade, o que fizemos foi notificar corretamente os registros para diagnóstico e solução”, afirma Maria Sandra Del Bel Pamplona, coordenadora municipal de Vigilância Epidemi-ológica.

Outros surtos aconteceram em Três Pontas, também no Sul, e Dores de Campo, na região Central.
 
AFASTAMENTO
Os sintomas do vírus Coxsackie, responsável por provocar a doença, costumam desaparecer após seis dias de infecção. A transmissão é feita normalmente por vias oral e fecal. “É normal que crianças de até 5 anos levem sempre as mãos à boca, troquem brinquedos com coleguinhas e, por isso, é bom pais e professores ficarem atentos. A doença normalmente não leva a complicações, mas cada organismo reage de um jeito”, explica Isabella Ballalai, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).

A pediatra ressalta que, mesmo após a infecção, o paciente pode transmitir o vírus por até quatro semanas. “Assim, é recomendado o afastamento da criança de outros menores”, diz.

É o que é feito em BH, onde houve 30 casos neste ano. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMSA), em todos eles, os pais foram notificados e as crianças afastadas das aulas.

A melhor prevenção, conforme a pediatra Maria Tereza Tavares, da Sociedade Mineira de Pediatria (SMP), é a higiene. “Quem tem contato com as crianças deve sempre lavar as mãos, higienizar bem roupas e alimentos”.

Em Monte Santo de Minas, as equipes de saúde fizeram palestras nas escolas, com profissionais e mães. “Nosso objetivo foi monitorar casos e manter as famílias vigilantes com as situações de higiene, para que não houvesse propagação. Para isso, usamos uma cartilha enviada pelo governo de Minas”, diz Maria Sandra.

A SES-MG afirmou que há um aumento nos casos da doença entre o final do outono e o início do inverno e que os registros são maiores porque os profissionais estão mais sensibilizados
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