HU registra mais de mil ataques de escorpião nos primeiros cinco meses deste ano

Período de isolamento pela Covid-19 exige atenção redobrada em casa

Christine Antonini
O NORTE
17/06/2020 às 03:49.
Atualizado em 27/10/2021 às 03:47
 (Arte HD)

(Arte HD)

Os ataques de escorpião têm crescido a cada ano no Norte de Minas. Somente nos primeiros cinco meses de 2020, o Núcleo de Vigilância Epidemiológica em Ambiente Hospitalar (Nuveh) do Hospital Universitário Clemente de Faria (HUCF), referência nesse tipo de atendimento em Montes Claros, recebeu 1.184 casos de picadas de escorpião. Duas pessoas morreram devido ao veneno do animal. O número de ocorrências deste ano é 0,93% maior que os 1.173 registros entre janeiro e maio de 2019. E 11,6% superior aos 1.060 acidentes com o aracnídeo no mesmo período de 2018. As vítimas fatais neste ano foram um menino de 7 anos, de Janaúba, e uma criança de 4, do distrito de Bentópolis de Minas, município de Ubaí. Em 2019, as vítimas também eram crianças, de 3, 10 e 12 anos. O escorpião mais comum na região é o de cor amarela, considerado o mais letal. Além da constante limpeza que deve ser feita dentro e fora de casa, o médico pediatra Carlos Lopo afirma que neste período de pandemia, em que a maioria das pessoas estão em quarentena, principalmente as crianças, a atenção deve ser redobrada. “Apesar de ainda não estarmos no período que combina altas temperaturas com chuvas, não devemos esquecer que os animais peçonhentos estão soltos e vivem mais próximos do que imaginamos. A prevenção deve existir a todo o momento. As medidas antecipadas aos animais peçonhentos, assim como os cuidados preventivos que estamos vivenciando com a gripe, são sempre as ações mais tranquilas e aceitáveis de se evitar uma internação grave ou o risco de morte”, alerta o médico. PEÇONHENTOSSegundo o  Nuveh, as picadas de escorpiões foram responsáveis por 80,38% das notificações de atendimento no Hospital da Unimontes entre 1º de janeiro e 31 de maio deste ano. Considerando o histórico de casos com os demais animais peçonhentos, o total geral chega a 1.473 vítimas em 2020: ataques de serpentes (96), de insetos desconhecidos (56), aranha (23), lagarta (24), abelha (16) e de marimbondo (7). O boletim considera, ainda, outros ataques, como mordedura de cães (62), de gatos (2), de morcego (1) e rato (1) e, ainda, acidente com primata/macaco (1). Em todo o ano de 2019, o Núcleo do HUCF teve 3.146 notificações, sendo 2.833 por escorpiões, 121 ataques de serpentes, 86 ocorrências com insetos desconhecidos, 45 por aranha, 17 por marimbondo, 16 por lagarta, 24 por abelha, três de mordida de morcego e uma de lacraia. Existem aproximadamente 2 mil espécies de escorpiões no mundo e, no Brasil, há cerca de cem delas. O gênero Tityus é o que causa mais mortes, em especial o Tityus serrulatus: o escorpião-amarelo.   

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