Horta circular melhora economia de famílias no Norte de Minas

Modelo criado pela Epamig aproveita melhor o solo e gera renda familiar

Da Redação
O Norte
04/03/2020 às 01:40.
Atualizado em 27/10/2021 às 02:49
 (Epamig/divulgação)

(Epamig/divulgação)

Com o intuito de prover alimentos 100% livres de agrotóxicos e de baixo custo, a Epamig (Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais) desenvolveu projeto de hortas circulares, que utilizam menos irrigação e adubo produzido com fezes de aves e animais. A ideia é que todo o sistema seja conduzido de forma mais limpa e saudável possível, sem a utilização de agrotóxicos.

A ideia das hortas circulares no Norte de Minas foi desenvolvida pela Epamig em 2009, com o objetivo de alimentar os próprios funcionários da empresa nos cinco Campos Experimentais na região. No início, toda a produção era dividida entre os funcionários.

A pesquisadora da Epamig Polyanna de Oliveira explica que algum tempo depois do início do projeto a equipe local começou a utilizar água captada da chuva para irrigar a horta durante os períodos de estiagem. O modelo de horta funcionou e o projeto começou a ser levado para outros municípios mineiros.

A venda de produtos da horta complementa a renda de famílias do Norte do Estado e do Vale do Jequitinhonha. A Epamig auxi-lia na construção de hortas circulares agroecológicas em associações ou em áreas de agricultura familiar como alternativa às formas convencionais de produção de alimentos.

“As famílias da região que possuem hortas circulares implementadas utilizam a produção para consumo próprio e vendem o excedente. Em um mês, uma horta média consegue alimentar facilmente uma família de cinco pessoas”, pontua a pesquisadora.

O modelo (a horta) funciona como curvas de nível, o que faz com que toda água que cai na área plantada permaneça dentro dela. Desse modo, é possível reduzir a erosão em locais mais em declive e, em locais planos, aproveita-se melhor a água da irrigação. Outra vantagem do modelo circular é a redução do deslocamento dos trabalhadores, sem contar que esteticamente as hortas circulares são bastante bonitas.

Ainda de acordo com a pesquisadora da Epamig, o que importa não é o tamanho das hortas, mas a diversidade presente nelas. A pesquisadora afirma que, mesmo em regiões semiáridas, como no Norte de Minas, é possível plantar de tudo: hortaliças folhosas, tubérculos, legumes, verduras, grandes culturas e até fruteiras. As cercas das hortas são aproveitadas para plantio de maracujá e de feijão guandu. Já o centro é reservado para galinheiro, tanque de peixes ou espiral de ervas aromáticas, medicinais ou condimentos.

“A escolha do que colocar no centro da horta depende da disponibilidade de área, de água e do interesse do produtor. Já construímos 12 hortas em municípios do Norte de Minas, no Vale do Jequitinhonha e também no Leste do Estado. No mínimo, 50 famílias já foram diretamente beneficiadas com esse projeto da Epamig. Indiretamente, o número é ainda maior”, conclui Polyanna.

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