(LEONARDO LELES/ASCOM EPAMIG/DIVULGAÇÃO)
“O umbuzeiro precisa de expansão do mercado consumidor, através de uma divulgação maior do fruto”. A orientação é do engenheiro agrônomo e pesquisador da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), Nívio Poubel Gonçalves, especialista na produção de umbu.
Ele aponta ainda que, principalmente na região, o fruto merece mais destaque, pois é uma fruteira endêmica na região da Caatinga e fundamental no processo de desenvolvimento da agricultura familiar, tanto pela facilidade no plantio quanto pela certeza de colheita, já que é resistente à seca e às altas temperaturas.
“É preciso difundir a fruta no país. Quem prova sempre gosta e nossa expectativa é a de que, pela tendência dos últimos anos, se amplie bastante o consumo”, destaca Nívio.
No Norte de Minas, as principais praças de produção estão em Porteirinha, Janaúba, Mamonas, Monte Azul e Januária. Assim como o pequi, o umbu é também colhido em terrenos abertos por famílias que aproveitam para incrementar a renda.
Cerca de 90% da produção está no Nordeste do país e a colheita de umbu movimentou R$ 8,3 milhões em 2018, produzindo, segundo o IBGE, quase 8 toneladas do fruto.
A colheita é iniciada em janeiro, mas já é possível encontrar o fruto no Mercado de Montes Claros por R$ 15 o quilo ou R$ 4 a peruca (saquinho semelhante a uma rede onde são colocados).
DERIVADOS
A fruta pode ser convertida em vários produtos, como polpa de suco, sorvete, doce, geleia, além da tradicional bebida umbuzada, feita a partir do cozimento do umbu. O fruto e seus derivados também têm mercado internacional. LEO QUEIROZ /
NA FEIRA – Umbu pode ser encontrado no Mercado de MOC por R$ 15 o quilo ou R$ 4 a peruca
Opção para gerar renda no semiárido
Com chuva, a produção é maior, mas o umbuzeiro “aguenta o tranco” quando o assunto é seca. Talvez por isso o produtor Pedro Nogueira acredita que produzir umbu será uma opção financeira viável para a economia regional.
“A produção diminui, mas suporta bem a seca. Com pouca chuva vai ser uma das poucas alternativas da região”, disse Pedro Nogueira.
Ele produz há 16 anos e tem hoje dez hectares da planta. “Quando meu pai começou a plantar o umbuzeiro, disseram que ele estava louco, mas, na verdade, deu muito certo. Hoje enviamos para Brasília e São Paulo”, conta.
O principal mercado para a fruta está em regiões que abrigam grande número de nordestinos, principais consumidores.
EVOLUÇÃO
A produção no Norte de Minas começou a crescer após a Epamig iniciar estudos, em 1996, para deixar o umbu maior e mais saboroso.
A instituição realizou uma varredura na região e encontrou umbuzeiros capazes de produzir fruto de 50g, cerca de 30g a mais que a média. O objetivo era alcançar mais mercado e consumidores.
O estudo evoluiu e a plantação do Pedro Nogueira, por exemplo, foi constituída por mudas desenvolvidas na Epamig.