Falta de vacina prejudica imunização contra aftosa

Cerca de 8.500 criadores do Norte ainda não vacinaram o rebanho; prazo final é hoje

Christine Antonini
31/05/2019 às 08:13.
Atualizado em 05/09/2021 às 18:54
 ( fotos públicas)

( fotos públicas)

A campanha de vacinação contra a febre aftosa encerra hoje e os criadores têm até 10 de junho para apresentar as declarações que comprovem a imunização dos animais. A preocupação, no entanto, é que no Norte de Minas apenas 50% dos pecuaristas apresentaram a declaração e 25% sequer compraram a vacina que, neste ano, teve a dose reduzida. 

Segundo o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), a baixa adesão é devido à dificuldade de encontrar a vacina em alguns municípios. O órgão ainda não sabe se prorrogará a campanha na região. 

Minas Gerais possui o segundo maior rebanho de bovinos do país, com cerca de 22 milhões de animais. Destes, 3.051.420 estão no Norte de Minas. A meta do IMA é atingir 98% de cobertura vacinal contra a febre aftosa. Mas dos 34 mil criadores da região, apenas 17 mil apresentaram a declaração de vacinação.

O médico veterinário do IMA em Montes Claros, Marco Túlio Pelaquim, pontua que não basta vacinar, tem que apresentar o comprovante. Caso contrário, a multa é de 5 Ufemgs, o equivalente a R$ 17,96 por cabeça. O veterinário ainda alerta que o produtor que for pego comercializando gado (vivo ou abatido) sem o comprovante de imunização, pagará multa de 25 Ufemgs (R$ 89,75). 

“Muitos produtores alegaram que não encontraram a vacina nos comércios do segmento e, por isso, a dificuldade de imunizar o rebanho. Na sexta, pedimos os diretores do IMA para prorrogar a campanha na região, mas a resposta deve chegar a partir de segunda-feira”, pontua o veterinário. 

A criadora Cristina Lafetá, que tem fazenda na região rural de Montes Claros, não teve dificuldade em encontrar a vacina e, por isso, todos o rebanho está imunizado contra a aftosa. 

“Procuro vacinar sempre no início da campanha, assim nunca tenho dificuldades de encontrar a vacina. Estão todos imunizados e também já apresentei as declarações”, afirma.
 
LIVRE DE AFTOSA 
De acordo com o IMA, a expectativa é a de que em 2021 não haja a necessidade da vacina no Estado, que estaria livre da aftosa. Dessa forma, a carne bovina mineira será ainda mais valorizada dentro e fora do Brasil.

Em Minas, a campanha de vacinação começou em 1° de maio com uma novidade: a redução na dose da vacina, que passou de 5 ml para 2 ml por animal.

No ano passado, o Estado ocupou o quarto lugar no ranking nacional das exportações de carne bovina, com US$ 604 milhões, ou 9,2% do total nacional. A China é o principal comprador do produto mineiro, com 59% do total das vendas externas.

“A redução da dose deve-se à expectativa de diminuir as reações vacinais com a aplicação do produto, uma reivindicação do setor produtivo e da indústria da carne. O que vamos manter são as fiscalizações e vistorias para não deixar cair o padrão”, afirma Pelaquim. 

“Semanalmente, estamos monitorando, indo às fazendas para alertar os criadores sobre a importância da vacina. Além de evitar a febre aftosa no gado, conseguimos manter o padrão de qualidade que nosso Estado tem. Se um animal pegar a doença, toda credibilidade dos outros criadores ficará comprometida”, ressalta o veterinário.

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