Epamig busca medidas para retirar larva de pequizeiros

Nos últimos anos, a broca-do-tronco tem matado centenas de árvores em Japonvar, que viu a produção do fruto reduzir em mais de 40%

Christine Antonini
03/08/2019 às 06:47.
Atualizado em 05/09/2021 às 19:50
 ( EPAMIG/DIVULGAÇÃO)

( EPAMIG/DIVULGAÇÃO)

A morte de pequizeiros em Japonvar tem preocupado produtores e pesquisadores do Norte de Minas. A cidade, que já chegou a produzir 25 mil toneladas de pequi no período do fruto – entre outubro e janeiro –, está com a safra cada vez menor.

Uma pesquisa realizada pela Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) mostrou que as plantas estão sendo atacadas pela broca-do-tronco: uma lagarta que está construindo túneis no interior do tronco do pequizeiro.

O pequi apresenta elevada importância econômica na região, pois o fruto é muito apreciado pela população norte-mineira e exportado para outros estados e até mesmo países, como a China.

No entanto, em 2018, a produção do pequi em Japonvar foi 40% menor em relação aos anos anteriores. No município, a exploração econômica do pequi é responsável por cerca de 17% do produto interno bruto (PIB).

Segundo a pesquisa da Epamig, cerca de 50% das plantas já morreram e praticamente 100% delas estão atacadas pela broca-do-tronco, que é uma lagarta que está construindo túneis no interior do tronco do pequizeiro e, possivelmente, também nas suas raízes, fazendo com que o fluxo da seiva seja interrompido, levando a planta à morte. A redução da safra dessa fruta silvestre na região representa um prejuízo de 40% de todo o valor da produção.

A pesquisa está sendo desenvolvida deste fevereiro e recebeu sugestões dos produtores de pequi. Dentre as propostas apresentadas está o pedido para não derrubar as plantas, mesmo estando velhas.

Neste mês, os técnicos da Epamig, com apoio da Emater e Embrapa, voltarão a Japonvar para uma coleta maior das larvas. A Polícia Ambiental também foi acionada, pois o pequi é protegido por lei.

Estudo acompanha evolução da praga
A primeira etapa dos estudos foi realizada para controle do inseto. Os técnicos capturaram a lagarta sem lesões, mantendo-a viva e em condições adequadas para se transformar em uma mariposa (um lepidóptero de hábitos noturnos), que é a fase adulta.

Após estudo dessa lagarta à transição, identifica-se o nome da espécie e as informações científicas disponíveis até o momento para, assim, planejar estratégias para proteção dos pequizeiros contra o ataque.

“A extração de lagartas das raízes dos pequizeiros é necessária para o estudo de comparação entre o comportamento desse inseto nas raízes e no tronco, bem como verificar se o ataque a essas diferentes partes da planta é causado pela mesma espécie ou por espécies diferentes, e se este é o único fator”, explica o pesquisador da Epamig, Antônio Cláudio.

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