Em busca de novos usos da palma forrageira, Epamig promove o programa Pré-Incubação Palmatech

Da Redação
Hoje em Dia - Belo Horizonte
05/12/2020 às 00:52.
Atualizado em 27/10/2021 às 05:13
 (Erasmo Pereira/Divulgação Epamig)

(Erasmo Pereira/Divulgação Epamig)

Começa nesta segunda-feira o programa Pré-incubação Palmatech. Totalmente on-line, ele tem como objetivo apoiar a criação de soluções em produtos e serviços relacionadas à cultura da palma forrageira. São oferecidas vagas para dez equipes de seis participantes. Inscrições e informações estão disponíveis pelo site www.inovapalma.com.br

A pré-incubação vai ocorrer entre os dias 7 e 11 de dezembro, com 96 horas ininterruptas de programação. As equipes contarão também com orientação de mentores, especialistas nas áreas-chave. A transmissão pelo YouTube será aberta a espectadores inscritos previamente.

O programa tem como público-alvo estudantes a partir do ensino médio, professores, técnicos, produtores e interessados em desafios na estruturação da cadeia produtiva. 

“Buscamos soluções das mais diversas, desde o plantio, passando pelos tratos culturais, colheita, fornecimento aos animais, uso na alimentação humana, ou seja, soluções para problemas que ainda impedem o melhor andamento da cultura, bem como, potenciais ainda não explorados”, explica a pesquisadora da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), Polyanna Oliveira.

O programa faz parte da programação do evento realizado pela Epamig e parceiros, também virtualmente, em setembro. O superintendente de Inovação e Economia Agropecuária da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), Carlos Eduardo Bovo, conta que a pré-incubação visa fomentar a adoção de inovações tecnológicas em algumas cadeias produtivas. 
 
SOLUÇÕES 
Iniciativas semelhantes para vinhos e azeites estão previstas para 2021. “Estamos falando de soluções que envolvam desde a parte de produção de mudas até o processamento para alimentação animal. Queremos identificar universidades, grupos de pesquisadores e estudantes em geral interessados em desenvolver soluções que possam melhorar os processos, ferramentas e técnicas utilizadas dentro do processo produtivo da palma forrageira”, afirma.
 
PALMATECH
A primeira edição do Palmatech foi realizada nos dias 21 e 22 de setembro, em formato digital. O evento, voltado para a capacitação e atualização de produtores rurais, pesquisadores, acadêmicos, consultores e demais envolvidos com a pecuária, contou com palestras e dia de campo virtual. As discussões tiveram como foco a cultura da palma forrageira e os diversos usos da planta na região do semiárido. 

Ingrediente de sucos, geleias e saladas
Conhecida e usada comumente para a alimentação de bovinos, especialmente em regiões de déficit hídrico, a palma forrageira, entretanto, pode ser utilizada também na alimentação humana na preparação de sucos, geleias e pratos tradicionais como farofa e saladas.

Com o incentivo aos produtores rurais do Norte de Minas, área conhecida pela escassez de chuva, de investirem no cultivo da palma forrageira como opção para complementar a alimentação do rebanho leiteiro, alguns estudos em pós-colheita e processamento dos frutos estão sendo desenvolvidos, em parceria entre a Epamig e a Unimontes, para indicações do uso da palma na alimentação humana e culinária.

A palma serve de alimento para bois, cabras e ovelhas, além de ajudar na hidratação dos animais, já que é constituída por até 90% de água. Ela se adapta a longos períodos de estiagem e exige poucos recursos hídricos para o plantio.

De acordo com Ariane Castricini, pesquisadora em pós-colheita da Epamig, a planta utilizada para a alimentação humana é a mesma que se cultiva para o uso animal. Os preparos culinários podem ser feitos à base do caule (cladódio) e do fruto. 

“A diferença consiste no fato de que para o preparo de pratos na culinária utilizam-se os cladódios novos ou jovens. Para o gado tanto faz se é jovem ou maduro, mais velho”, explica.
 
PICADINHO
“No México, país de origem da palma, o consumo na alimentação humana já é cultural e lá esses cladódios jovens são chamados de nopalitos. No Norte de Minas já é comum o picadinho de palma com carne, e aqui ela é chamada popularmente de verdura. Já o fruto da palma é conhecido popularmente como ‘Figo da Índia’”, conta.

Rica em minerais como cálcio, magnésio, ferro e vitaminas como B1, B2 e vitamina A, entre outros, a palma tem sabor característico, mas leve, o que faz com que ela se adeque a pratos diversos. Para uso em preparações culinárias, o cladódio deve apresentar características como tamanho da palma da mão de uma pessoa adulta, cor verde brilhante e estar facilmente quebrável quando dobrada. 

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