(GIAN MARLON)
Montes Claros discute medidas para humanizar o atendimento a pacientes dos Centros de Atenção Psicossocial (Caps). Denúncias apontam que falta capacitação para os profissionais que atendem pessoas em crise nessas unidades de saúde. Hoje é o Dia Nacional da Luta Antimanicomial.
São acolhidas 3.200 pessoas mensalmente em três Caps – um para pacientes com transtornos mentais, outro para dependentes de álcool e drogas e o terceiro para o público infantil.
Na quinta-feira, a pedido do vereador Júnior Martins (Cidadania), audiência pública na Câmara discutiu o assunto.
O presidente do Conselho de Saúde do Município, Joaquim Francisco, disse que o sistema avançou nos últimos anos, especialmente com o fim dos manicômios. Porém, segundo ele, algumas políticas públicas estariam “regredindo”. Joaquim denunciou falta de medicamentos e material de higiene. “Também é preciso avançar na questão de capacitação dos profissionais na área psicossocial e no acolhimento, para saber lidar com os pacientes adequadamente”.
Paciente no Caps TM, no bairro Cidade Nova, um homem lamentou o atendimento. “A psiquiatra nem olha nos meus olhos, me trata com indiferença. Nem sei o nome do remédio que tenho que tomar. Mas não tenho escolha, tenho que vir aqui”.
A falta de um hospital psiquiátrico 24 horas é outro problema, dizem especialistas. E sem um centro para atendimento a pacientes em crise, pouco se faz depois que se dá alta para a pessoa, diz a psicóloga e membro do Conselho Regional de Psicologia, Leila Silveira.
A equipe de O NORTE procurou a prefeitura, mas não obteve retorno.