Demolição preocupa os proprietários de quiosques

Jornal O Norte
18/08/2005 às 15:53.
Atualizado em 15/11/2021 às 08:50




Tiago Severino

Correspondente




O ministério público estadual, através do médico Rafael Henrique Fernandes, exige a demolição dos quiosques situados na Avenida Salmeron, em Pirapora, devido a irregularidades como o funcionamento sem alvará, a concessão de terrenos públicos sem devida licitação e a construção de edificações em calçadas, atrapalhando o fluxo de pedestres.




Por isso, na segunda-feira, 15, proprietários de quiosques situados na Avenida Salmeron estiveram na câmara municipal, buscando mais informações sobre a possível demolição dos estabelecimentos. Apesar da discussão ser antiga, todos eles dizem nunca ter recebido qualquer comunicação da prefeitura ou do MP exigindo a desocupação da área ou solicitando algum tipo de transformação na estrutura física do local.




35 EMPREGOS




Segundo o ministério do Trabalho, o nível de emprego em Pirapora cresceu 7,48% nos seis primeiros meses do ano. Com a possível demolição dos quiosques, há a possibilidade desse crescimento ser interrompido, uma vez que os estabelecimentos geram cerca de 35 empregos diretos.




De acordo com Hélio José Pereira, funcionário do quiosque Tô à toa, os quiosques são importantes para a economia piraporense, seja para as grandes empresas de bebidas, até o vendedor ambulante de amendoim e carrancas. Além de ser um dos poucos locais de entretenimento dos turistas que visitam a cidade, e da própria população.




Além disso, os estabelecimentos contribuem diretamente para a economia do município, injetando cerca de R$ 37,5 mil mensais, valor que corresponde às despesas médias de todos os quiosques.




- A situação está caótica, nós não temos a mínima idéia do que faremos se os quiosques forem demolidos. Estamos correndo o risco de perder nossos empregos e todos investimento que fizemos - diz Laerte Cordeiro dos Santos, proprietário do quiosque Paty Maionese.




Ele informa que vendeu a casa na qual morava para implantar o estabelecimento, com o custo aproximado de R$ 35 mil.




- Quando pegamos aquilo lá, não tinha nada. Nós, que trabalhamos, gastamos tempo e dinheiro para transformar o centro de Pirapora. Isso não é culpa nossa -  diz Geraldo Magela Soares Menezes (Gê), proprietário do quiosque Tamboril. Segundo Gê, quando começou a trabalhar naquela área, há cerca de 12 anos, a situação dos estabelecimentos era totalmente precária e foi o investimento dos comerciantes que deu competitividade aos quiosques.




- Nós fizemos tudo: construímos, reformamos e ampliamos, agora querem tirar nosso emprego a troco de nada - diz Edite Ruas Mota, proprietária do quiosque Fim de Tarde, que tem seis pessoas trabalhando e agora todas elas correm o risco de perder o emprego, devido à possível demolição.




PROJETO DO PREFEITO




Em recente entrevista a O Norte, Warmillon Fonseca Braga, prefeito de Pirapora, disse que tem um projeto para a orla fluvial, na qual os novos quiosques ficarão onde hoje é a pista de bicicross.




- No primeiro momento, eu sou contra a saída dos quiosques, mas eles foram mal elaborados e tiram toda a visão do rio. Além de serem desorganizados, não têm infra-estrutura, mas é o que nós temos para alegrar e animar. Por isso, nós temos um projeto pronto para a orla - ressalta o prefeito.




- Deveria ser legalizado, para podermos trabalhar em paz. Nós queremos apenas ganhar nosso dinheiro honestamente. Nunca fomos comunicados sobre nada, nem pela prefeitura nem pelo promotor, e nós somos os mais interessados neste assunto - diz Francisco Barnabé, proprietário do quiosque Barnabé.





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