Crise hídrica pode agravar cenário da Covid-19 no Norte de Minas

Márcia Vieira
O Norte
13/05/2020 às 01:30.
Atualizado em 27/10/2021 às 03:29
 (DIVULGAÇÃO)

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A preocupação com a crise hídrica é uma constante no Norte de Minas, mas se acentuou neste ano com o cenário da pandemia do coronavírus. O fornecimento de água é essencial para que a população possa se prevenir da Covid-19, pois dentre as principais medidas de proteção está a lavagem frequente das mãos, além da higienização das casas e dos estabelecimentos de saúde e comerciais.

O temor de escassez aumenta entre os gestores municipais, que se reuniram ontem em videoconferência realizada pela Associação dos Municípios da Área Mineira da Sudene (Amams) para discutir o assunto.

O evento continua hoje, com orientações para que os gestores elaborem o decreto de emergência e estejam aptos a receber ajuda do governo.

Durante o encontro, foi anunciado que o governo do Estado já possui em caixa R$ 20 milhões provenientes do Programa “Água Doce”, do governo federal, para serem distribuídos aos municípios que apresentarem Relatório Técnico e Plano de Dados com informações sobre a situação hídrica. Para a ação, o governo vai publicar o que chamou de “Decretão”.

O secretário Executivo da Amams, Ronaldo Mota Dias, diz que vê o anúncio com certa cautela, porque no governo passado não houve ajuda aos municípios. Ele revela que os caminhões-pipa continuam a atender as cidades, sem apoio dos governantes. A expectativa é a de que as ações se concretizem no menor tempo possível.

“A gente tem esperança que o governo enxergue a seca e faça alguma coisa preventivamente. O cenário no ano passado foi horrível. Talvez pela situação do rompimento da barragem (de Brumadinho) fomos desassistidos. Já são comuns o aparecimento de enfermidades por causa da seca. Agora, com a pandemia, é ainda mais necessária essa atenção, porque muitos municípios ainda dependem de água de barrocas e córregos”, pontua.
 
AGRAVAM ENTO
Ronaldo Dias afirma que a região entra no período mais crítico a partir de julho. “Este ano tivemos chuva, mas a disponibilidade de água potável ainda é baixa, em função do déficit hídrico e escassez nos lençóis subterrâneos, que ainda não foram repostos. De agora em diante, essa escassez aumenta a necessidade de água potável. Muitos córregos vão secar, algumas águas disponíveis nas comunidades não vão estar disponíveis mais. A qualidade da água piora, porque ela vai secando, as folhas vão caindo e isso torna a água inservível. A tendência é só agravar”, alerta.
 
DEFESA CIVIL 
Outra ajuda prometida pelo Estado é a doação de um veículo para a Defesa Civil de cada município da Área Mineira da Sudene, cujo órgão esteja organizado.

Sobre esta ação, Ronaldo Mota pontuou que a iniciativa, se concretizada, tende a recuperar a imagem da Defesa Civil Estadual na região, que no momento estaria desgastada.

“A imagem da Defesa Civil não está boa na região. Os próprios membros da Defesa Civil dos municípios estão desacreditados. A expectativa é a de que essa credibilidade volte, porque ela é importante para todos. No passado, já foram grandes parceiros. Esta notícia é alvissareira. É uma caminhonete equipada para cada município que tiver a Defesa Civil organizada. No âmbito da Amams, os municípios estão aptos a receber”, declarou Ronaldo Mota.

A reportagem entrou em contato com a Assessoria do Governo para saber qual a previsão para a efetivação das medidas, mas até o fechamento da edição, não obteve retorno.

  

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