Tiago Severino
Correspondente
PIRAPORA - Na última reunião da câmara municipal, segunda-feira, 12, o vereador Jairo Guimarães - PPS explicou-se sobre a utilização do termo conluio dito por ele na semana anterior, referindo-se a viagem feita por uma comitiva de vereadores e o prefeito Warmillon Fonseca Braga - PFL, no período de recesso da casa legislativa. Ele defende a tese de que esse tipo de relacionamento entre o poder executivo e os legisladores municipais é perigoso, pois coloca em dúvida a independência da câmara.
- Eu vou morrer falando isso, porque sou contra. Acho que o presidente da câmara, com a maioria dos vereadores, não pode estar de braços dados com a prefeitura, com o chefe do executivo, principalmente em excursões de férias. É uma demonstração muito clara de que existe um pacto - afirma Jairo.
MAQUINAÇÃO
O dicionário Aurélio, um dos mais conceituados do país, diz que conluio é uma combinação entre duas ou mais pessoas para lesar outrem; maquinação, trama, conspiração.
- Eu usei a expressão conluio como um pacto do grupo da câmara com o prefeito; sobre a questão de eles estarem juntos em uma viagem de férias dá uma demonstração de que existe um pacto e, como cidadão, sou completamente contrário a um pacto político de um poder com o outro - ressalta o vereador.
DUAS COMISSÕES
Jairo será investigado por duas comissões: a primeira, formada pelos vereadores Orlando Pereira de Lima (Orlando da Saúde - PFL), Lindolfo Lopes de Moraes - PP e Edvaldo Muniz - PFL, que tem o objetivo de apurar manifestação que houve na porta da prefeitura, quando ele afirmou que a bancada de situação, junto com o prefeito, estaria usando dinheiro público para custear a viagem à praia.
- Eu não falei que eles estavam gastando dinheiro público com viagens. Disse apenas que esse tipo de relacionamento coloca em xeque a independência desta casa - defende o vereador.
Apesar de ter participado, ao lado de Jairo, da manifestação, o vereador Celso Leonardo (Celsinho – PL), durante a reunião da câmara, mesmo questionado por João Batista Neto (João Contador - PMDB), não desmentiu a versão da imprensa, de que o colega de bancada teria dito que os vereadores da situação e o prefeito teriam gasto dinheiro público com a viagem de férias.
A segunda comissão, formada pelos vereadores João Contador, Anselmo Caires - PMDB e Ildemar Cordeiro - PP, apurar a denúncia de cobrança de propina para aprovação do loteamento Alphaville, quando Jairo era secretário municipal de Cultura.