Com abastecimento ainda em crise, Norte recebe kit intubação

Volume, no entanto, vai atender demanda por três a seis dias, dependendo do município

Márcia Vieira
O NORTE
24/04/2021 às 00:02.
Atualizado em 05/12/2021 às 04:46
 (HCMR/Divulgação)

(HCMR/Divulgação)

Pelo menos 591 municípios brasileiros, sendo 147 mineiros, estão preocupados com o risco de não terem o kit intubação para atendimento aos pacientes internados com a Covid-19. 

Os dados constam da quinta pesquisa semanal feita pela Confederação Nacional de Municípios (CNM) para apurar os desafios enfrentados pelos entes locais no combate à pandemia pelo novo coronavírus.

O número, segundo a entidade, é menor do que o da semana passada, mas a quantidade de municípios com falta de kits ainda é considerada preocupante.

Em Montes Claros, no entanto, a situação é mais tranquila. Os hospitais que atendem pacientes com Covid-19 conseguem respirar um pouco mais aliviados com a nova remessa, que chegou nesta sexta-feira.

Somente o Hospital das Clínicas Dr. Mário Ribeiro da Silveira, porta de entrada para casos suspeitos e confirmados, recebeu mil unidades das 4.310 disponibilizadas pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) para a região.

Os fármacos do kit são essenciais para pacientes infectados com o novo coronavírus e que precisam ser intubados. Sem eles, o doente pode acordar e não suportar o procedimento invasivo de respiração artificial. Há registros de pessoas no país que, após o fim do efeito dos sedativos, precisam ser amarradas às macas para continuarem o tratamento.
 
FÔLEGO
De acordo com a diretora do Mário Ribeiro, Ana Paula Nascimento, a remessa é bem-vinda e dá um fôlego de pelo menos seis dias ao hospital, se mantida a situação como está.

“Hoje nós temos todos os leitos ocupados, mas não necessariamente intubados. O que acontece é que quando a gente tem uma queda grande nos medicamentos, temos que usar outros para manter o paciente o mais estável possível. Além dessa quantidade que recebemos hoje, tem outro medicamento que conseguimos comprar. Vivemos uma luta diária de buscar fornecedor, tentar fazer a compra e receber em tempo hábil. É isso que vai construir o processo de recuperação dos pacientes”, diz a diretora.

Ana Paula ressalta que é difícil conseguir alguém que abasteça o suficiente para atender a demanda. “Para se ter uma ideia, a nossa farmacêutica tentou ontem (quinta-feira) em sete lugares. Em todos eles tem fila de espera para conseguir comprar o produto. É a realidade de todos os hospitais”, afirma a gestora.

Ela ressalta que o hospital tem feito todos os esforços para conseguir os medicamentos tão importantes na recuperação dos pacientes. “A gente tem recebido ajuda do Estado, como tivemos há 15 dias. E isso nos ajuda a fazer com que a coisa ande. Mas as dificuldades são reais e estão para todos que trabalham nessa mesma área”.
 
MAIS UNIDADES
Além do Mário Ribeiro, os hospitais Universitário Clemente de Faria, Fundação Dílson de Quadros Godinho e Hospital Prontosocor receberam 300, 550 e 190 unidades, respectivamente.

Já Pirapora recebeu 1.515 unidades de medicamentos. O secretário Municipal de Saúde, Rafael Lana, considera, pelo panorama atual, que “o abastecimento é suficiente para apenas três dias”.
 
MOBILIZAÇÃO
A superintendente Regional de Saúde, Dhyeimme Thauanne Pereira, afirma que a mobilização tem sido grande por parte da SES e das instituições hospitalares para manter os estoques.

“Por parte da SES-MG não tem faltado esforço no sentido de manter entendimentos com o Ministério da Saúde para que a remessa de medicamentos seja feita com regularidade”.


 

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