Clandestinos têm frota até com wi-fi

Em Montes Claros e região, empresa de ônibus cria app para marcar viagens e fidelizar clientes

Carlos Castro Jr.
08/10/2019 às 08:59.
Atualizado em 05/09/2021 às 22:07

O número de empresas que prestam o serviço de viagens intermunicipais de maneira irregular em Montes Claros e região cresceu nos últimos anos. Com preço um terço menor das passagens oficiais, frota grande e em boas condições, horários diversificados, sinal de wi-fi e até mesmo aplicativo específico para marcação de viagens, elas têm conseguido seduzir e fidelizar clientes.

Vinícius Pires, gerente da Zap Turismo, empresa que atua há 12 anos no mercado e há cinco com trajeto MOC/BH, com preço popular de R$ 50, questiona a nova lei. Na opinião dele, o objetivo é apenas fortalecer o monopólio das grandes empresas.

“Nossos veículos (seis ao todo) são novos e com manutenção em dia. Pagamos o seguro e não falta segurança. A lei visa apenas acabar com o transporte acessível para pessoas de baixa renda. Nós queremos apenas a livre concorrência, queremos pagar impostos, queremos a oportunidade de legalizar”, explica o gerente.

Vinícius alerta ainda que a proibição vai afetar toda uma cadeia ligada ao transporte. “Serão inúmeras pessoas afetadas. Além dos nossos funcionário, tem ainda motoboy, lojas de conveniência em paradas, postos de combustíveis. Sem contar pessoas que não têm condições de pagar passagem cara para visitar um familiar, ir fazer prova, um exame em Belo Horizonte. Mas nós vamos lutar pelo direito de trabalhar”, completa.
 
TÁXI PERUEIRO 
Mais antigos no trabalho e espalhados por pontos específicos da cidade, taxistas seguem oferecendo o transporte clandestino. Eles têm a preferência dos passageiros que procuram uma viagem mais rápida. Dependendo do combinado, o passageiro é deixado na porta de casa. 

O taxista João Magalhães conta que já foi multado em mais de R$ 5 mil, mas que não tem alternativa. “Essa é a maneira que eu tenho para trabalhar, então vou continuar trabalhando assim”, afirma o motorista que cobra entre R$ 100 e R$ 120 para viagens até BH e conta que outros 40 condutores fazem o trajeto. 

Os passageiros colocam na balança os prós e contras do meio de transporte escolhido. “Hoje optei por táxi por conta do horário. É mais rápido. O preço é quase o mesmo, mas a diferença é que o táxi vai me deixar em casa”, conta a estudante Rafaela Silva.
Com Manoel Freitas

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