Casos suspeitos de dengue crescem em meio a alerta de coronavírus

Prevenção ao vírus que vem chamando a atenção do mundo é importante, mas combate ao Aedes não pode perder força

Christine Antonini
O Norte
12/03/2020 às 00:46.
Atualizado em 27/10/2021 às 02:55
 (Divulgação)

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Com os olhos do mundo voltados para a pandemia de coronavírus, não é nada difícil as pessoas se esquecerem do perigo que ronda praticamente todos os municípios mineiros: as doenças provocadas pelo Aedes aegypti. Em apenas uma semana, 5.500 pessoas registraram suspeita de dengue no Estado, que já teve uma morte este ano e acumula quase 26 mil notificações da doença. Enquanto isso, houve uma confirmação de contaminação de Covid-19.

Não que a situação do coronavírus seja menos grave, mas a proporção da dengue é gigantesca e o combate ao mosquito vetor não pode ser reduzido em momento algum. Principalmente nessa época de combinação explosiva de chuva e calor, que favorece a eclosão dos ovos da fêmea.

No Norte de Minas, várias cidades já registraram casos da dengue e algumas estão no topo do ranking de infestação pelas larvas do Aedes no Estado.

Dentre elas estão Lassance e Josenópolis, que lideram o índice regional. A situação nessas duas cidades é tão crítica que levou o Estado a incluí-las no bolo dos municípios que irão receber verba extra do Estado para ampliar o combate ao inseto. Cada uma delas contará com mais R$ 20 mil nos cofres para implantar ações de enfrentamento ao Aedes.

No total, o governo de Minas está liberando mais R$ 640 mil para execução das ações de assistência à saúde de interesse epidemiológico, vigilância e controle das arboviroses urbanas transmitidas pelo mosquito.

Os valores serão transferidos em parcela única, do Fundo Estadual de Saúde para o Fundo Municipal de Saúde e variam conforme a população de cada município. 

O último levantamento epidemiológico da Secretária de Estado de Saúde (SES-MG), divulgado na terça-feira, mostrou que Lassance é a cidade com maior índice de infestação do mosquito. Com relação à dengue, o município aparece como “alta” infestação do Aedes aegypti. Dez pessoas tiveram chikungunya em menos de três meses e um caso de zika vírus em gestante está sendo investigado.

A segunda da lista que também aparece como “alta” infestação do Aedes aegypti é Josenópolis, que figurou na liderança do ranking do Estado por várias semanas. A cidade registra 23 casos de dengue.

Apesar de o levantamento categorizar o município como sendo de “alta” infestação do mosquito, até o momento não houve registros de moradores com chikungunya ou zika.

Mais verba para o combate
Segundo a coordenadora do Programa Estadual das Doenças Transmitidas pelo Aedes da SES-MG, Carolina Amaral, o incentivo financeiro complementar é devido à alta incidência de dengue, chikungunya e zika em algumas cidades. 

“Os municípios selecionados para receber os recursos foram os que apresentaram número igual ou maior que 300 casos prováveis a cada 100 mil habitantes, considerando as semanas epidemiológicas. Com esse incentivo financeiro, as prefeituras poderão reforçar as ações de controle da dengue, zika e chikungunya”, pontua a coordenadora.

Entre as atividades que poderão ser realizadas com o repasse da verba estão a contratação de agentes de controle de endemias, capacitações para profissionais na assistência hospitalar, confecção e reprodução de material gráfico informativo, aquisição de material de apoio para ações de mobilização, além de mutirões de limpeza de áreas prioritárias.

Para ter acesso ao incentivo financeiro, cada município deve assinar Termo de Compromisso no Sistema de Gerenciamento de Resoluções Estaduais de Saúde (SiG-RES). 

EM AÇÃO 
Segundo a Secretaria de Saúde de Lassance, desde o início da semana estão sendo realizadas ações de combate à dengue, como o uso do carro fumacê. Porém, o município ainda não foi informado sobre o novo recurso. 

“Com recursos de custeio e investimento para auxiliar as ações de controle das arboviroses, utilizamos para aquisição de insumos, contratação temporária de agentes de endemias, ações de comunicação, educação e mobilização social e outros investimentos para o controle das doenças”, pontua a coordenadora da Vigilância em Saúde de Lassance, Cláudia Gontijo.

Segundo ela, o município faz investimentos nessa área, com capacitação dos servidores, atividades coletivas nas escolas, salas de espera, monitoramento dos casos notificados, acompanhamento dos pacientes, exames laboratoriais, consultas, realização de visitas e bloqueios nas áreas com notificações. 


 

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