Achadas duas novas espécies de chapéu-de-couro na região

Planta usada na composição de refrigerantes conhecidos é medicinal

Christine Antonini
07/12/2019 às 07:41.
Atualizado em 05/09/2021 às 22:57
 (ICA/Divulgação)

(ICA/Divulgação)

Quem toma aquele refrigerante geladinho muito conhecido no Norte de Minas nem imagina que ele é feito de uma planta chamada chapéu-de-couro. Graças às propriedades diuréticas e de outros componentes, a planta é matéria prima no preparo de refrigerantes como Mate Couro e Mineirinho – este mais comercializado no Rio de Janeiro. Duas novas espécies de chapéu-de-couro foram descobertas recentemente no Norte de Minas. 

As plantas foram coletadas para testes em 12 cidades da região e do Vale do Jequitinhonha. A engenheira agrônoma e autora da pesquisa na UFMG, Rizia Rodrigues Santos, descobriu duas espécies do chapéu-de-couro (Echinodorus floribundus e Echinodorus subalatus) que ainda não tinham sido catalogadas pela ciência e tiveram resultado positivo para seu potencial medicinal. 

O chapéu-de-couro, também conhecido pelos nomes de chá-da-campanha, erva-do-brejo e erva-do-pântano, é uma erva da família das alismatáceas, ou seja, plantas aquáticas. Segundo a pesquisadora Rizia Santos, as plantas foram coletadas em cidades como Botumirim, Cônego Marinho, Capelinha, Cristália, Itacambira, Diamantina, Rio Pardo de Minas, Santana do Riacho, Setubinha, Montes Claros, Riachinho e São João da Ponte.

A pesquisadora explica que, inicialmente, o objetivo do trabalho seria comparar a composição química e a fenologia das plantas de chapéu-de-couro da região, bastante utilizadas pela população e facilmente encontradas no comércio local, com a folhagem seca. 

“Ao realizarmos a identificação das plantas, observamos que duas, especificamente, são diferentes das espécies que têm o uso recomendado pela Farmacopeia Brasileira. As ervas descobertas (Echinodorus macrophyllus e Echinodorus grandiflorus) podem ser utilizadas para fins medicinais”, explica Rizia, doutora em Produção Vegetal. 

De acordo com a pesquisadora identificar o chapéu-de-couro é algo muito difícil, uma vez que se assemelha a outras plantas. Outro ponto é que o cientista tem que ter o aval da Farmacopeia Brasileira, sendo necessário analisar a qualidade e a segurança para o consumo das drogas vegetais.

Novos estudos têm sido realizados no Laboratório de Plantas Medicinais, do Instituto de Ciências Agrárias da UFMG, para serem oferecidos à população. 

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