Micros e pequenos pedem ajuda em MOC

Presidente do Sindicomércio cobra reforma tributária e legislação mais simples

Larissa Durães
Publicado em 08/08/2022 às 21:59.
 (Larissa Durães)

(Larissa Durães)

Dados do Sebrae mostram que as micro e pequenas empresas (MPE) seguem sustentando a geração de novos postos de trabalho no Brasil, A liderança nos primeiros seis meses de 2022, foram as MPE do setor de serviços, superando a marca de 533 mil contratações.  

Os setores de construção e indústria da transformação vêm na sequência, com 168,8 mil e 126,3 mil empregos gerados, respectivamente. 

Na análise do Sebrae, feita a partir de dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), foi possível verificar que no primeiro semestre deste ano as MPE foram responsáveis por 961,9 mil vagas de emprego (72,1% do total), enquanto as médias e grandes responderam por pouco mais de 279,8 mil (21%).  

O quadro é semelhante ao resultado registrado no primeiro semestre de 2021, quando os pequenos negócios geraram 7 em cada 10 vagas. As MPE criaram 90.6 mil novos postos, as MGE encerraram 42,8 mil vagas.

O que é muito bom, na avaliação do analista do Sebrae Minas, Arleandro Rodrigues. Ele destaca que o alto número de novas empresas é muito positivo, pois movimenta economicamente uma localidade. “Gerando renda, emprego, consumo, inserção social etc...”, destaca o especialista 

Portanto, os pequenos negócios responderam por mais de um quarto do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Juntas, as cerca de nove milhões de micro e pequenas empresas no País representam 27% do PIB, um resultado que vem crescendo nos últimos anos, aponta a pesquisa. 
 
EM MONTES CLAROS 
No último levantamento feito pela Junta Comercial do município, Montes Claros registrava 42.253 empresas. Deste total, 96% se enquadram na descrição de pequenas e micros. Dados do Sebrae de Montes Claros, informa que o MEI cadastrado com eles, até junho são 31.204 em Montes Claros e em todo Norte e Minas até junho são 73.372. 

Para o presidente do Sindicato do Comércio de Montes Claros (Sindocomércio), Glenn Andrade, o que o setor sempre defende é que um crédito disponibilizado com taxas diferenciadas para os pequenos negócios, pois precisam de capital de giro para manter o negócio e se manter de forma sustentável.  

“O que não seria um favor, pois, naquele emprego que está sendo gerado, está sendo recolhido tributos federais, INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), fundo de garantia para financiar a saúde do país como um todo, e por isto a gente lamenta a falta de estímulo para os pequenos”. Por isto, Glenn acredita que o Sistema Tributário Brasileiro tem que ser revisto para que possa estimular os pequenos negócios. “Se não, pode dar errado lá na frente e atrapalhar os novos empregos que possam vir”, destaca. 

“Quando se soma o volume de empregos gerados , a média criada pelas MPE é entre 70% a 80% em todo o Brasil”, aponta Glenn, que acredita que o governo deveria ajudar as MPE, para que possam continuar a prosperar e garantir a maior parte dos empregos gerados no país com um olhar atento para este pequeno empreendedor. 

“Simplificando a legislação tributária, trabalhista, induzindo a carga tributária, simplificando o dia a dia desses pequenos empresários, ofertando linhas de crédito acessível com taxas diferenciadas para estes pequenos negócios e fazer uma reforma tributária que contemple a necessidade desses investidores”. 

Pois, de acordo com Glenn, infelizmente a reforma que se tem discutido até o momento atinge os grandes negócios, mas os pequenos negócios como os optantes pelo Simples e Microempreendedores individuais, o discurso é outro, pois, estão com uma carga muito elevada e atendendo uma legislação muito complexa e, isto vem, desestimulando a continuidade dos negócios. “É preciso um olhar diferenciado para estimular e garantir a adimplência desses empresários. Porque infelizmente muitos pequenos não estão conseguindo honrar com o pagamento dos seus impostos graças aos elevados índices de tributos”, ressalta. 
 
POR MAIS EMPREGOS
Quem concorda é Rejane Gonçalves, proprietária de uma loja de material de acabamentos na cidade. Ela lamenta o alto custo dos tributos, o que atrapalha, e muito, o crescimento do segmento e da possibilidade de gerar mais empregos.  “Tenho 18 funcionários, mas com esses valores altos que devo pagar, e com aqueles que vendem material sem nota não consigo competir e fico prejudicada, porque sou uma pequena empreendedora, com uma linha de crédito com juros altíssimos, me impedindo assim, de dar mais emprego e de crescer”, disse, desanimada.

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