Um farmacêutico na urgência: Ao comemorar seu dia, o farmacêutico Márcio Vasconcelos fala da experiência vivenciada na equipe de urgência e emergência do Norte de Minas

Jornal O Norte
20/01/2011 às 10:46.
Atualizado em 15/11/2021 às 17:20

O farmacêutico vem conquistando espaço e se fazendo necessário em diversas áreas de atuação na saúde. Este é o caso de Márcio Souza Vasconcelos, que, trabalhando em Montes Claros, é o primeiro profissional mineiro de farmácia a integrar uma equipe de urgência e emergência do SAMU  - Serviço de Atendimento Móvel de Urgência. Ele é um dos profissionais da equipe macro urgência e emergência do Norte Minas – SAMU Macro Norte – há quase dois anos.





Pioneira no Estado, a regionalização do serviço foi instituída em 2008 pela secretaria de estado da Saúde (SES-MG) em parceria com o Ministério da Saúde e dos municípios e atende a 86 cidades do Norte de Minas, totalizando mais de 1,5 milhão de habitantes. Esses municípios são administrados pelo Consórcio Intermunicipal de Saúde da Rede de Urgência do Norte de Minas (CISRUN).

Arquivo





Márcio Vasconcelos organiza medicamentos para as unidades móveis

De acordo com Márcio, a equipe trabalha com seis unidades de suporte avançado (USA) e 38 unidades de suporte básico (USB). As ambulâncias ficam em municípios estratégicos e, quando há necessidade, são deslocadas para cidades menores para atendimento à população.





Na unidade básica trabalham um condutor socorrista (profissional com carteira de habilitação para conduzir a ambulância, mas com treinamento especial para auxiliar as vítimas), e um técnico de enfermagem.





Já na unidade avançada (USA) trabalham um médico intervencionista, um enfermeiro um condutor socorrista, que têm à disposição equipamentos de UTI, como desfribiladores, aspiradores, respiradores, oxímetro de pulso, eletrocardiograma e telemedicina. Para os casos mais graves ou para locais de difícil acesso, a Polícia Militar auxilia disponibilizando um helicóptero para remover e fazer o transporte do paciente.





Todas as chamadas feitas na região da Macro Norte para o número 192 são recebidas na Central de Regulação, localizada em Montes Claros. O atendente anota os dados, filtra as informações e passa para o médico regulador, que gerencia as ações dos profissionais do SAMU e decide os procedimentos a serem adotados.





- Todos os passos devem ser bem apurados e avaliados, pois a equipe dentro da ambulância são os olhos do médico da regulação - diz o farmacêutico Márcio Vasconcelos. Graduado em Farmácia em 2008 pela Funorte - Faculdades Unidas do Norte de Minas, Márcio Vasconcelos diz ter orgulho em ser o primeiro farmacêutico mineiro a atuar na urgência e emergência do SAMU, conforme prevê a Resolução 354/2000, que dispõe sobre a assistência farmacêutica pré-hospitalar, as urgências e emergências.





- Fico orgulhoso em ser o farmacêutico pioneiro nessa equipe e de saber que é mais um campo de atuação para a nossa profissão, que tem o propósito de prestar serviços farmacêuticos à população - enfatiza.








PAPEL DO FARMACÊUTICO





O papel do farmacêutico na equipe não se limita à dispensação dos medicamentos. De acordo com Márcio, é sua função fazer o SNGPC (Sistema Nacional de Gerenciamentos de Produtos Controlados), o registro nos livros pertinentes, gerenciar o almoxarifado, distribuindo os materiais e medicamentos para todas as bases dos municípios conveniados com as secretarias municipais de Saúde (através dos transportes sanitários dos municípios).





Ele também deve fazer o controle de qualidade, validade e estoque desses materiais e medicamentos, prestando, juntamente com a equipe, assistência às bases.





É ainda responsável pela descrição de todos os materiais e medicamentos dos processos licitatórios e dos POP’S (Procedimentos Operacionais Padrão) utilizados em todas as bases.








CAIXA DE MEDICAMENTOS





No SAMU, compete ainda ao farmacêutico repor e organizar a caixa de medicamentos, com produtos determinados na Portaria 2048/2000. A guarda desta é de responsabilidade do plantonista da ambulância, que pode ser o técnico de enfermagem ou o enfermeiro.





A diretora do CRF-MG Júnia Célia de Medeiros acrescenta que, de acordo com Portaria 2048/2000, a caixa de medicamentos é obrigatória em todas as unidades de saúde. Segundo disse, é importante os farmacêuticos terem conhecimento do assunto, mantendo a caixa de emergência disponível em suas unidades e conferindo as datas de validade, conforme a normatização.





De acordo com Márcio, com a regionalização do serviço é preciso levar em consideração as características e peculiaridades de cada município, acrescentando à caixa os medicamentos necessários. Um exemplo citado pelo farmacêutico refere-se à reserva dos Xacriabás no Norte de Minas, onde é grande a incidência de partos prematuros.





- Além dos medicamentos determinados na Portaria, para fazer esse atendimento acrescentamos à caixa outros necessários à parturiente e ao bebê - relata. Atualmente ele também está implantando no SAMU, juntamente com a sua equipe, a Comissão de Farmacoterapêutica para padronizar os medicamentos usados na urgência e emergência daquela unidade. (Farmácia Revista)       

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