(VERONICA MANEVY/IMPRENSA MG/DIVULGAÇÃO)
Para estudar, analisar e propor ações para o enfrentamento da situação hídrica em todo o território mineiro, foi instituído pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) o Grupo de Acompanhamento da Situação Hídrica. A resolução foi publicada nesta semana no Diário Oficial do Estado.
O fator que mais preocupa setores da administração pública estadual é o prolongado período de estiagem e o déficit pluviométrico observado nos últimos anos na maior parte de Minas, o que poderia comprometer o acesso à água a usuários atuais e futuros.
“Nosso primeiro objetivo é fechar um diagnóstico da situação para definir quais serão as ações emergenciais. A prioridade será o abastecimento humano e vamos identificar quais são as áreas mais afetadas”, esclarece a diretora-geral do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), Marília Carvalho de Melo.
“Também vamos adotar ações para o uso correto da água em médio e longo prazos, seja no consumo humano, na irrigação ou na indústria”, complementa.
DEMANDA
Segundo levantamento do Sistema Estadual de Meio Ambiente (Sisema), a agropecuária, seguida do abastecimento humano e da mineração, são os setores que mais demandam o recurso.
A diretora-geral do Igam também frisa que ações sugeridas serão customizadas de acordo com as regiões do Estado, que possuem características e problemas específicos.
“No Triângulo Mineiro, por exemplo, temos que fazer uma gestão da demanda. Já no Norte, uma gestão da oferta de água, que é muita escassa em alguns locais”, explica.
Dos 265 municípios mineiros em situação de emergência, a grande parte se encontra na porção norte do Estado.
EFICIÊNCIA
Entende-se por gestão da demanda o uso eficiente da água, a minimização das perdas no saneamento, o aproveitamento da água da chuva, a potencialização do reúso na agricultura e indústria e o uso de tecnologias.
Por sua vez, a gestão da oferta envolve obras de infraestrutura (barragens, adutoras, perfurações e transposições), tratamento de esgoto e plano de conservação de bacias hidrográficas.
O recém-criado grupo, que ainda vai agendar o primeiro encontro, contará com representantes de vários setores do governo. Além do Igam, integram o grupo a Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam), o Instituto Estadual de Florestas (IEF), o Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam), o Conselho Estadual de Recursos Hídricos (CERH) e o Fórum Mineiro dos Comitês.
Representantes de outros órgãos e entidades, públicos ou privados, também podem ser convidados, especialmente as instituições de ensino superior.
Força-tarefa combateu escassez
Em janeiro de 2015, o governador Fernando Pimentel anunciou a primeira grande ação do governo para combater a escassez hídrica. Uma força-tarefa mobilizou diversos setores da administração pública e envolveu, inclusive, a sociedade.
“Entregamos as obras no Paraopeba, que garantiram o abastecimento para a região metropolitana, e iniciamos o Cultivando Água Boa”, lembra Marília.
As obras de captação no rio Paraopeba, na cidade de Brumadinho, foram inauguradas em dezembro de 2015. Foram investidos R$ 128,4 milhões no empreendimento, que assegurou o abastecimento de água da Grande BH pelos próximos 20 anos. “Essa é uma vitória importante para Minas”, frisou o governador à época.
Também fruto da força-tarefa, o Cultivando Água Boa é uma iniciativa socioambiental desenvolvida pela Itaipu Binacional para promover a recuperação de microbacias, proteção das matas ciliares e da biodiversidade.
A ação, reconhecida pela ONU como a melhor política de gestão de recursos hídricos do mundo, começou a ser aplicada em Minas ainda em 2015 e, de lá para cá, já foi apresentada a diversos municípios mineiros.