Pimenta reina no Norte: Bocaiuva se destaca na região pela produção do condimento

Pimenta reina no Norte: Bocaiuva se destaca na região pela produção do condimento

Christine Antonini
O NORTE
15/08/2020 às 09:10.
Atualizado em 27/10/2021 às 04:17
 (fotos arquivo pessoal)

(fotos arquivo pessoal)

A pimenta-do-reino continua a ser um dos condimentos mais consumidos no mundo e o Brasil se transformou em um exportador do produto, principalmente para os Estados Unidos. As plantações em Minas Gerais ainda são poucas, se concentrando no Centro e Sul do Estado. No Norte de Minas, o destaque na produção fica com Bocaiuva. A colheita anual varia de quatro a seis toneladas.

É na Fazenda Santo Antônio do Outro Verde, naquela cidade, que ficam os 30 hectares de plantação da pimenta-do-reino. Os próximos meses são decisivos para os produtores, uma vez que a colheita sempre acontece entre o fim de agosto e novembro, empregando pelo menos 140 pessoas por ano.

O local produz 70% de pimenta-do-reino do tipo branca e 30% da preta. A maioria da exportação do produto é feita in natura para São Paulo. 

De acordo com a Emater, em 2019, a produção mineira foi de 253 toneladas de pimenta-do-reino. A maioria das lavouras é conduzida por agricultores familiares. Segundo o engenheiro agrônomo Lázaro Soares Pereira, um dos principais fatores para existirem poucas plantações em Minas é o controle das pragas. 

“A pimenta tem longevidade em torno de dez anos, por causa de uma doença chamada Fusarium SP, que é um fungo ascomiceto que compreende todas as espécies e variedades da pimenta. A espécie ‘do-reino’ é do clima tropical, com pluviometria de 1.300 a 1.600 milímetros por ano. Como nosso clima é predominantemente seco, precisamos de irrigação via pivô central e conseguimos adaptar bem com algumas oscilações de produção, devido aos últimos anos mais secos”, explica o engenheiro, que também é gerente da plantação da Fazenda Santo Antônio do Outro Verde. 

Cultura complementar 
Segundo a Emater, os preços da pimenta-do reino costumam variar de acordo com a oferta e a demanda internacional. Há cerca de três anos, o quilo do produto atingiu picos de R$ 30. Hoje, está em torno de R$ 10. Por isso, a recomendação é de que a cultura seja um complemento de outras atividades, e que os primeiros investimentos sejam feitos em pequenas áreas, aos poucos. Para agregar a lavoura, a fazenda Santo Antônio do Outro Verde também possui plantações de café. “Mesmo com a volatilidade de preços, sabendo administrar os custos e mantendo a qualidade do produto, é possível ter um bom retorno. Por exemplo, um hectare de pimenta-do-reino gera a mesma renda de quem produz 150 ou 200 litros de leite por dia”, ressalta o técnico da Emater Mário de Souza Silva.

A RAINHA PIMENTA
A pimenta-do-reino recebeu este nome no Brasil porque era trazida pelas caravelas que vinham de Portugal na época da colonização. Mas ela é originária da Índia e foi muito valorizada no período das Grandes Navegações pelo poder de conservar alimentos, principalmente carnes. A Fazenda Santo Antônio do Outro Verde produz dois tipos de pimenta do-reino: branca e preta. A primeira agrega o valor da segunda por ser considerada rara. “A pimenta branca é a mesma pimenta, porém passa por fermentação de tanque de água para decomposição da casca, que posteriormente será retirada e esterilizada”, explica Lázaro Soares. 
 

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