Paixão bem estudada

Gosto pela “gelada” aumenta curiosidade por origem das receitas e por modo de produção

Patrícia Santos Dumont
01/05/2019 às 06:53.
Atualizado em 05/09/2021 às 18:27
 (FLÁVIO TAVARES/HOJE EM DIA)

(FLÁVIO TAVARES/HOJE EM DIA)

O boom de cervejarias artesanais, que pipocam dia após dia especialmente em Minas, somado à sofisticação de receitas tradicionais, tem despertado no consumidor um interesse extra pela bebida mais apreciada no país. Mais do que explorar o sabor dos rótulos e escolher o predileto, apaixonados pela loira gelada querem desvendar o que está dentro da garrafa.

Sommelier de cervejas e embaixador da Krug Bier – primeira cervejaria artesanal de Belo Horizonte, com mais de 20 anos de história –, Heitor Silva diz que o conhecimento melhora a experiência do cliente. “As informações estão disponíveis de uma forma muito democrática e isso contribui para que o consumidor aprenda o bê-a-bá da bebida e tenha uma experiência muito mais legal com as cervejas”, afirma.

Para ele, conhecer os ingredientes principais das receitas ajuda não só a apurar o paladar como a definir melhor o que agrada ou não cada um. “O lúpulo, por exemplo, é que confere aroma e amargor à bebida. Assim, se a pessoa tende a não gostar de bebidas amargas, é melhor que não tenha, de cara, uma experiência com cerveja extremamente lupulada”.

Mas engana-se quem pensa que em um universo tão amplo e diversificado como o da cerveja, as receitas sejam um bicho de sete cabeças. Segundo Heitor Silva, a receita base de qualquer rótulo se resume a uma mistura de quatro ingredientes: água, malte de cevada ou cereais, lúpulo e levedura. O que as diferencia entre si, além da quantidade dos elementos utilizados, é a presença ou não de frutas, especiarias, ervas, raízes e “tudo o que a criatividade permitir”.

Recentemente, a Skol, por exemplo, colocou no mercado a Skol Hops – versão puro malte com lúpulos aromáticos e refrescantes da marca tradicional cujas receitas, até então, eram menos complexas. Mestre-cervejeira da empresa, Laura Aguiar traduz o ingrediente, desconhecido de grande parte dos bebedores do ouro líquido, como tempero ou essência da bebida.

Na opinião dela, o lúpulo sempre foi usado de forma secundária na indústria brasileira, mas a busca do mercado cervejeiro por inovação e por sabores cada vez mais únicos tem contribuído para a mudança.

Em Minas, mais precisamente em Rio Espera, foi realizada, há dois meses, a primeira colheita comercial de um lúpulo fabricado em território nacional. Produzida na Fazenda Fartura, a espécie é patenteada pela Heineken.


Montes Claros terá Mercado Cervejeiro
Da Redação
 
E os adoradores de cervejas artesanais ou aqueles que querem se aventurar nesse mundo de novos sabores, terão em Montes Claros um novo espaço dedicado a elas. Uma das cervejarias e destilarias artesanais mais premiadas do Brasil, a Backer firmou parceria com empresários locais e de Belo Horizonte para abrir, na maior cidade do Norte de Minas, a primeira casa no interior do Estado.

Nascida na Serra do Curral, em Belo Horizonte, e reeleita em 2019 como a melhor cervejaria artesanal do país, no 7º Concurso Brasileiro de Cervejas, realizado em Santa Catarina, a Backer foi a primeira cervejaria a produzir whiskey single malte e também o primeiro Gin com dry hop de lúpulo lançado no Brasil. O empreendimento promete revolucionar o roteiro turístico e gastronômico do Norte de Minas.

Com o nome de Mercado Cervejeiro São Luiz, em homenagem ao bairro e ao santo que o recebem, terá 400 metros quadrados de área construída e capacidade de atendimento a 200 pessoas.
 
HARMONIZAÇÃO
Contará com espaço destinado a cursos de harmonização de cervejas com pratos da gastronomia, eventos empresariais e uma programação musical que incluirá shows com artistas locais e nacionais. Terá como atrações as cervejas artesanais premiadas em todo o país; os chopes exclusivos; além de whiskey e Gin, todos produzidos pela Backer.

As obras estão em fase final e deverão ser concluídas antes do aniversário da cidade, em 3 de julho. A estimativa é a de que sejam gerados, num primeiro momento, cerca de 40 empregos diretos e 120 indiretos.

A valorização da gastronomia regional estará presente no cardápio com a releitura de pratos e utilização de ingredientes e de temperos típicos.

A localização estratégica de Montes Claros na região e o potencial de crescimento, segundo a Baker, foram pontos fundamentais para a escolha da cidade para receber o empreendimento.

A chegada da cervejaria e destilaria artesanal Backer, por meio do Mercado Cervejeiro São Luiz, é uma opção diferenciada para a prática dos turismos de negócios e de lazer que crescem a cada ano, consolidando Montes Claros como polo de cerveja artesanal, que já conta com produtores de alto nível, e centro gastronômico do Norte de Minas.
 
VISITAS
Em Belo Horizonte e região metropolitana, a Backer foi pioneira em visitas guiadas à fábrica, no bairro Olhos D’Água, aos sábados. Lá, os visitantes podem conhecer a história da empresa, ver de perto cada etapa da produção e, claro, experimentar receitas. Diretora de Marketing da cervejaria, Paula Lebbos diz que o tour ajuda a valorizar o produto e a encantar o público.

“É encantador entender o processo de fabricação, ver os ingredientes e sentir o gosto na boca. Quem participa de uma visita vive a própria experiência. Para nós, proporcionar tudo isso a quem gosta de cerveja de qualidade é muito importante”, comenta.

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