Num mundo em ruínas

“Rage 2” segue a receita do original, mas com mais dinamismo e conteúdo

Marcelo Ramos
13/06/2019 às 08:12.
Atualizado em 05/09/2021 às 19:05
 (ID SOFTWARE)

(ID SOFTWARE)

A grande maioria dos games que retratam o futuro o ilustra com uma fotografia grotesca. Geralmente a coisa fede por conta do próprio homem, uma epidemia ou até mesmo uma invasão alienígena. Mas em “Rage” o grande vilão é o 99942 Apophis. Ele não é um monstro ou vírus, mas uma pedra de 370 metros de diâmetro que perturba cientistas (de verdade) desde 2004.

Na vida real, o Apophis poderia cair sobre nossas cabeças em 13 de abril de 2029. Depois a trajetória foi recalculada e o choque postergado para 2036 e revisto para 2068. Atualmente, não há indícios de que ele irá nos visitar. Mas nem por isso os astrônomos se descuidam dele.

Já no game, o asteroide caiu logo na primeira data e levou com ele quase tudo que vivia por aqui. No título de 2011 o jogador encarnava um sobrevivente, que fora congelado e acordou cerca de 100 anos após a colisão.

Agora, em “Rage 2”, o jogador incorpora Walker, um dos últimos descendentes daqueles que nasceram antes do cataclismo. O protagonista pode ser um homem ou uma mulher, sem nenhuma alteração na campanha. O jogador escolhe o gênero que mais lhe agrada.

Walker é o último ranger, que resistiu ao ataque da Autoridade, uma facção militar que impôs sua tirania nesse admirável mundo novo. O jogador precisa iniciar uma jornada para neutralizar o grupo e também lidar com tribos e gangues selvagens.

Produzido pela id Software, “Rage 2” segue os preceitos do estúdio que definiu o gênero de Tiro em Primeira Pessoa. Ele mistura o FPS (First Person Shooter) com o gênero Action RPG, da mesma forma que a Ubsoft faz com a franquia “Far Cry”.

Apesar de exigir exploração, diálogos entre personagens, cumprir tarefas, procurar por pistas, solucionar charadas e ter uma infinidade de missões secundárias, o game oferece sequências de combates acelerados e exageradamente violentos. É uma intensidade e brutalidade típicas dos games da id, como “Doom” e “Quake”.

“Rage 2” é um game bem desenhado, com cenários deteriorados. Os personagens são perturbadores, com aparência grotesca e modos nada ilibados. Numa ode a “Mad Max”, é um game que busca chocar pela agressividade, que reverbera nos diálogos.
 
VOLANTE
Em “Rage 2” o jogador pode desbloquear diversos veículos, assim como roubar algum que estiver dando bobeira pelas estradas. Além disso, o game permite que o jogador faça o que bem entender pelo imenso mapa do jogo.

O problema é que sempre há inimigos pela paisagem árida, assim como naves da Autoridade que patrulham o deserto e não perguntam antes de bombardear seu carango.

Esses encontros são o que temperam o jogo. Muitas vezes o jogador é interrompido em uma missão (relativamente fácil) para lidar com mutantes, maníacos e demais ameaças que cruzaram seu caminho, culminando numa sádica carnificina.

Compartilhar
Logotipo O NorteLogotipo O Norte
E-MAIL:jornalismo@onorte.net
ENDEREÇO:Rua Justino CâmaraCentro - Montes Claros - MGCEP: 39400-010
O Norte© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por