(MAURICIO VIEIRA/hoje em dia)
Mal o Banco Central iniciou, na última semana, o prazo para que os brasileiros se cadastrem no Pix – sistema de pagamentos instantâneos e sem taxas bancárias que deve substituir o TED e o DOC, a partir de novembro –, e a novidade já virou um prato cheio para estelionatários.
Em menos de uma semana, segundo a empresa de segurança PSafe, especializada em aplicativos de segurança, já foram detectadas no país 40 páginas falsas usadas por criminosos para passar a perna nos desavisados. Além disso, houve bloqueio de tais sites para nada menos que mil clientes convidados a visitá-los por golpistas.
“É um número bem considerável”, afirma Emílio Simoni, diretor do dfndr lab, laboratório especializado em segurança digital da PSafe. Segundo o executivo, o golpe funciona assim: a pessoa recebe mensagem via SMS ou e-mail com convite para clicar em um link e fazer cadastro para o Pix. Depois, é direcionada a um site idêntico ao do banco em que tem conta, onde deve inserir usuário e senha, copiados pelos estelionatários.
“Essas páginas são visualmente idênticas às dos bancos e com uma mensagem para o cadastro do Pix. Normalmente, as pessoas têm recebido convites do tipo ‘faça desbloqueio do Pix para pagamentos imediatos’, sendo direcionadas para páginas falsas”, relata Simoni. Procurada, a Polícia Civil de Minas não soube informar quantas queixas de tentativa de estelionato, por meio do esquema, já haviam sido registradas no Estado.
ALERTAS
O Banco Central já fez vários alertas para as pessoas não clicarem em links enviados por mensagem ou e-mail, pois os cadastros do Pix são realizados unicamente por aplicativos e sites oficiais das instituições financeiras. A tecnologia só estará disponível ao público em 16 de novembro.
Mesmo assim, o risco de sofrer um golpe é grande. “O assunto está em alta e o criminoso é oportunista. Imagine minha mãe vendo matéria na TV dizendo que o banco está fazendo os cadastros do Pix. Quando recebe uma mensagem que parece ser do tal banco, ela clica”, diz Simoni.
Para o especialista, com o isolamento social na pandemia houve um boom de golpes pela web, especialmente porque muita gente estava tendo os primeiros contatos com as vendas on-line.
Dicas básicas podem evitar grandes perdas
Para que ninguém caia nessas pegadinhas, que podem sair caras, Emílio Simoni, da PSafe, dá algumas dicas: ter um aplicativo de proteção contra ataques virtuais e nunca acessar links enviados por SMS, e-mail e redes sociais. Também nunca forneça dados pessoais ou bancários sem antes saber se o site é oficial e confiável.
Desenvolvido pelo Banco Central, o Pix funcionará 24 horas por dia e reduzirá para 10 segundos o tempo de liquidação de pagamentos entre estabelecimentos com conta em bancos e instituições diferentes.
As transações poderão ser feitas por meio de QR Code ou com base na chave cadastrada. Em vez de colocar vários dados bancários a cada transferência, por exemplo, a pessoa poderá usar a chave do Pix na transação eletrônica.
A ferramenta trará agilidade em relação a sistemas atuais como o TED, que leva até duas horas para ser compensada, e o DOC, liquidado apenas no dia útil seguinte. Além disso, não cobrará taxas de pessoas físicas.