(VALÉRIA MARQUES/HOJE EM DIA)
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) mudou a bula da vacina Dengvaxia, que protege contra a dengue. Após cinco anos de estudos, o órgão concluiu que o risco de contágio com a forma mais grave da doença é maior para quem nunca teve a enfermidade em caso de imunização.
A dose – disponível só na rede particular – já não é encontrada em clínicas de Belo Horizonte, por exemplo, que pararam de demandar estoques devido à mudança.
Apesar do risco maior para quem nunca se contaminou, os estudos da Anvisa indicaram que a proteção é eficaz quando administrada em pessoas que já tiveram algum tipo de dengue.
Na nova bula, a agência também passou a descrever como “área endêmica” locais em que pelo menos 70% ou mais das pessoas tiveram contato com o Aedes aegypti. Significa que, a partir de agora, a imunização é indicada apenas para quem já adquiriu o vírus.
“Para a aprovação destas alterações, a Anvisa considerou que a vacina é comprovadamente eficaz na prevenção de um novo episódio de dengue para pessoas que já tiveram alguma forma da doença. Outro fator decisivo é o fato da Dengvaxia ser a única vacina para dengue aprovada no Brasil, que sazonalmente sofre com epidemias da doença”, informou a Anvisa.
TESTE
O laboratório responsável por produzir a vacina no Brasil, Sanofi, orienta quem deseja receber a dose que procure o serviço de saúde e faça o teste da dengue, mesmo que nunca tenha apresentado sintomas, pois o vetor pode ser silencioso.
Segundo a Sanofi, os dados utilizados pela Anvisa para a mudança na bula já haviam sido apresentados pelo laboratório, e mostram eficácia de 76% em novos registros de dengue para quem se imunizou após já ter contraído a doença.
DOENÇA
Até o dia 13 de agosto, data do último balanço divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde, Minas registrou 23.265 casos prováveis de dengue –incluindo confirmados e suspeitos.
São sete mortes confirmadas neste ano, de vítimas residentes nos municípios de Arcos, Conceição do Pará, Contagem, Ituiutaba, Lagoa da Prata, Moema e Uberaba. Outros nove óbitos estão sendo investigados.
Em Montes Claros, o número de casos da doença no primeiro semestre é quase três vezes maior do que o registrado em todo o ano passado – 585 neste ano contra 207 em 2017.