Lar de luzes e cores no Natal

Famílias, das simples a abastadas, passam de pai para filhos o ritual da decoração

Alice Veloso*
18/12/2018 às 07:32.
Atualizado em 05/09/2021 às 15:37
 (MANOEL FREITAS)

(MANOEL FREITAS)

Para muitas famílias, basta uma pequena árvore ou adorno no cantinho da casa para lembrar a chegada do Natal. Outras nem fazem questão de enfeites. No entanto, em muitos lares de Montes Claros, o costume de decorar a residência com árvores, bolas, luzes e presépios para esperar a data de nascimento do Menino Jesus é uma tradição levada a sério, passada de geração em geração.

É o caso da família de Rita Maluf, moradora do bairro Ibituruna, que prepara a casa com bastante antecedência. “Enfeito todos os anos, porque minha avó fazia isso, minha mãe passou para nós e acredito que meus filhos irão fazer isso também, porque a gente aprende com os pais, que sempre fazem questão de modificar a casa para o Natal”.

Apesar de admitir ser trabalhoso decorar e depois ter de recolher tudo em janeiro, Rita diz que vale a pena o ritual, porque é um tempo de felicidade, cuja maior simbologia é a união da família.

Durante o ano, ela reserva um quarto da casa somente para guardar as peças de decoração natalina. “A árvore, os enfeites, o presépio, as bolas, a cortina vermelha que coloco só nesta época, é muita coisa”, enumera os objetos, sorrindo. “Vale a pena porque, ao final, fica lindo”, emenda.

A celebração do nascimento de Jesus é igualmente a data mais esperada por Maria Miranda Silva, carinhosamente chamada de “dona Tôte”, moradora da comunidade Conferência Cidade Cristo Rei.

Aos 64 anos, ela vive como poucos a magia do Natal. Há mais de 20 monta um presépio, que no começo era feito com papelão. Agora, ela usa uma parede de pedra na casa. “Comecei fazendo de papelão, mas era difícil para desmanchar, por isso, de três anos pra cá, fiz de pedra, deixando tudo montado durante o ano todo. Aí fecho as cortinas e, quando é dia 22 de novembro, tiramos as coisas, pintamos as pedras, montando tudo de novo”, descreve.

Ela diz que no aglomerado, o presépio chama atenção de vizinhos de todas as idades. Essa tradição é passada de geração a geração. “Por isso, construí de pedra, para ficar fixo e os filhos seguirem o mesmo caminho”, afirma.

Ela lembra que a tradição veio da avó, passou para a mãe, que faleceu. “Eu fiquei no lugar”, conta dona Tôte, ressaltando que o maior contentamento “é reunir a família toda, fazemos uma novena, rezamos todos os dias”.

Do dia 23 para o 24, ela coloca a imagem do Menino Jesus no presépio. “Oramos todos os dias até 20 de janeiro, que é o Dia de São Sebastião. Aí eu oculto o presépio com cortina”.

“O Natal pra mim é muito bom, tenho uns problemas, mas não é por causa disso que eu deixo as tradições caírem. Até o dia que Deus me levar, e aí fica com minhas meninas”, afirma.

Certo é que a tradição de Rita Maluf, dona Tôte e tantas outras Ritas e Marias, moradoras de bairros nobres ou comunidades carentes, além de tornar as casas mais bonitas e coloridas, colabora para unir as famílias e preservar o legado de amor e união _ símbolos do Natal _ dos antepassados.
*Sob supervisão do editor


 

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