Ka Freestyle segue receita do EcoSport

Versão aventureira, no entanto, é cara

Marcelo Jabulas
30/11/2019 às 08:59.
Atualizado em 05/09/2021 às 22:52
 (MARCELO JABULAS)

(MARCELO JABULAS)

Durante muito tempo fui um ferrenho opositor ao automóveis aventureiros. Sempre os considerei um engodo dos fabricantes. Mas fato é que o consumidor se enveredou pelo estilo por considerá-lo mais atraente e por acreditar que eles realmente são melhor capacitados para andar em terrenos acidentados. 

De certa forma, os aventureiros têm altura livre maior que seus pares convencionais. Muito desse ganho se dá pelo uso de pneus de uso misto, que possuem laterais maiores, o que eleva altura do carro. É um ganho que não faz dele um competidor do Rali Dakar, mas ajuda a vencer buracos e lombadas no cotidiano. E isso é o que importa. 

Testamos o Ka Freestyle 1.0, que chegou este ano para ocupar o lugar do finado Ka Action. Esse Ka chega seguindo a cartilha do EcoSport Freestyle, que foi a principal versão da primeira geração do jipinho por combinar visual mais arrojado e bom pacote de conteúdo. E o Ka é bastante fiel a esse propósito.
 
NEM LÁ, NEM CÁ 
O carrinho tem lista de conteúdos recheada: inclui itens como direção elétrica, ar-condicionado, multimídia (com Apple CarPlay, Android Auto, sensor de estacionamento gráfico), retrovisores elétricos, vidros traseiros elétricos, bancos com revestimento parcial em couro, rodas de liga leve e faróis de neblina. 

Itens que qualificam a versão, principalmente perante os aventureiros com motor 1.0, mas que fazem o preço sugerido se estabelecer em R$ 57.440. Valor que esbarra na versão inicial automática do modelo, que custa R$ 59 mil.

Trata-se de um valor elevado, que coloca o carrinho numa posição em que ele fica afastado dos aventureiros de entrada e próximo dos modelos com motores mais potentes, além de opção de caixa automática. 

Para se ter uma ideia, os aventureiros 1.0 se posicionam numa faixa entre R$ 43.500 e R$ 50 mil. Já os equipados com motores 1.3, 1.4 e 1.6 vão de R$ 60 mil a R$ 78 mil. Uma faixa em que a versão 1.5 automática se encaixa, em nada modestos R$ 69.390.

Ford Ka Freestyle 1.0
O que é?

Hatch compacto de cinco lugares.
 
Onde é feito?
Produzido na unidade Camaçari (BA).
 
Quanto custa?
R$ 57.440
 
Com quem concorre?
O Ka Freestyle, pela motorização, concorreria com Fiat Mobi Way 1.0 (R$ 43.490), Fiat Uno Way 1.0 (R$ 49.990), Renault Kwid Outsider (R$ 45.390). No entanto, pela faixa de preço ele esbarra em Chevrolet Onix Activ (R$ 62.290), Fiat Argo Trekking 1.3 (R$ 59.990), Hyundai HB20X Vision 1.6 (R$ 62.990) e Renault Sandero Stepway 1.6 (R$ 62.390) 
 
No dia a dia
Disputa a vice-liderança do mercado com o HB20 não por acaso. Trata-se de um automóvel compacto, mas com bom espaço interno devido a seu teto elevado e carroceria larga, de quase 1,70 metro, que garante boa visibilidade e permite ocupar quatro adultos e uma criança com dignidade. A versão Freestyle apenas decora o hatch com indumentária aventureira. No uso cotidiano é um carrinho que resolve bem, pois cabe em qualquer brecha e as molduras em plástico que recobrem toda a parte inferior são uma proteção para quando a baliza está apertada demais. O pacote farto de conteúdos faz dele uma referência entre seus rivais e garante comodidade à bordo. No entanto, um item que incomoda muito é a posição do controle dos retrovisores. Ele fica na posição onde estaria a alavanca de ajuste manual. Oras, um controle elétrico poderia ficar numa posição mais confortável e evitar de o motorista esticar o braço. Mas não é nada que condene o compacto. Um lance interessante é que o Ka Freestyle conta com tapetes e forro do porta-malas em borracha com bordas. Como se trata de um carro aventureiro, que em tese pode ser usado em passeios campestres (e não numa trilha), esses tapetes e forros impedem que sujeira grude no carpete. Uma sacada inteligente. 
 
Motor e transmissão
A unidade três cilindros 1.0 de 85 cv e 10,7 mkgf de torque é a mais potente da categoria e só fica atrás dos motores turbo ou de maior deslocamento. Mesmo assim, o torque só aparece depois dos 3 mil rpm, o que demanda bom controle de embreagem, principalmente quando se arranca em ladeiras, mesmo com assistente de partida em rampa (Hill Holder). E nem tente subir uma marcha no morro. No plano, ele se mostra muito espertinho, mas convém ser prudente nas retomadas rodoviárias.
 
Como bebe?
Abastecido com álcool e num combinado urbano e rodoviário, o Ka registrou média de 11,3 km/l

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