Horário de verão perto do fim

Relógios devem ser atrasados em uma hora no sábado; governo estuda acabar com medida

Liziane Lopes*
15/02/2019 às 07:12.
Atualizado em 05/09/2021 às 16:33
 (EUGËNIO MORAES/ARQUIVO HOJE EM DIA)

(EUGËNIO MORAES/ARQUIVO HOJE EM DIA)

O Horário de Verão 2018/2019, que foi mais curto por causa das eleições, termina à 0h deste domingo em dez estados brasileiros, incluindo Minas Gerais, e no Distrito Federal. Este ciclo pode ser o último, caso o governo federal opte pelo fim da medida de economia de energia.

Segundo estudos realizados pela Secretaria de Energia Elétrica (SEE) do Ministério de Minas e Energia (MME), em parceria com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), “a aplicação da hora de verão, nos dias de hoje, não agrega benefícios para os consumidores de energia elétrica, nem tampouco em relação à demanda máxima do sistema elétrico brasileiro, muito em função da mudança evolutiva dos hábitos de consumo e também da atual configuração sistêmica do setor elétrico brasileiro”. Com isso, os resultados levantados ainda em 2018 foram próximos à neutralidade para o setor.

Esses dados já foram encaminhados à Casa Civil da Presidência da República e serão realizadas novas análises anuais técnicas dos resultados do ciclo 2018/2019 e, quando concluídas, serão encaminhadas à Presidência da República, a quem cabe a decisão de manter ou não o horário brasileiro de verão.

Em Minas Gerais, a Cemig informou que não vai divulgar balanço da economia neste ano, porque estudos preliminares feitos pela empresa apontam que ela está bem perto de zero. Por isso deixa o balanço para o governo federal.

RELÓGIOS
Neste fim de semana, à 0h de domingo, os relógios devem ser atrasados em uma hora nos estados de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal.

Tradicionalmente, o Horário de Verão tem início no terceiro domingo de outubro. Mas, neste ciclo, a pedido do Tribunal Superior Eleitoral, o presidente Michel Temer assinou decreto, em dezembro de 2017, para que o início do período não ocorresse entre o primeiro e o segundo turno do pleito.

Houve ainda pedido para que ele fosse adiado para 18 de novembro para não atrapalhar as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), mas Temer decidiu manter a data de 4 de novembro, mesmo dia de aplicação da primeira etapa do Enem.

Com as mudanças, ele foi encurtado em 14 dias. Ao todo, foram 105 dias. Em 2018, por causa das alterações, muitos celulares modificaram a hora de forma automática na data programada para início da medida, causando confusão e reclamações entre os usuários.
 
ECONOMIA
A CPFL Energia estima que a redução no consumo de energia elétrica gerou uma economia de 64,7 mil MWh nos 679 municípios de sua área de concessão nos estados de São Paulo e Rio Grande do Sul. O volume é suficiente para abastecer 27 mil residências por um ano.

Conforme a companhia, dentre as distribuidoras do Grupo, a CPFL Paulista foi a concessionária que registrou o maior volume de energia economizado no período, de 48.561 MWh. A CPFL Piratininga, que atende 27 municípios no interior paulista e Baixada Santista, registrou uma economia de 7.060 MWh, enquanto a CPFL Santa Cruz, que fornece energia para 39 municípios em São Paulo, três no Paraná e três em Minas Gerais, contabilizou uma economia de 4.580 MWh.

No Rio Grande do Sul, o volume de energia economizado durante o horário de 2018/2019 nos 381 municípios da área de concessão da RGE foi de 4.585 MWh.
 
INÍCIO
O horário brasileiro de verão foi instituído, pela primeira vez, pelo presidente Getúlio Vargas, por meio do Decreto nº 20.466, de 1º de outubro de 1931, com vigência de 3 de outubro de 1931 até 31 de março de 1932. Ele foi suspenso em 1933, tendo depois períodos de alternância.

Em 2018, de acordo com o Decreto nº 6.558, a hora de verão ficou definida em moldes similares aos atuais.

O principal objetivo do horário de verão sempre foi o melhor aproveitamento da luz natural em relação à artificial, de forma a reduzir a concentração de consumo no horário entre 18h e 21h. Mas mudanças nos hábitos dos brasileiros com maior concentração de gastos de energia no período da tarde, por causa do uso de ar-condicionado, têm feito com que as autoridades avaliem a possibilidade da sua extinção.

O Horário de Verão também é adotado em países como Canadá, Austrália, Groelândia, México, Nova Zelândia, Chile, Paraguai e Uruguai.
* Com agências

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