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Fácil de ser praticada, filosofia havaiana livra a memória de lembranças ruins e deixa a vida mais leve

Patrícia Santos Dumont
08/10/2019 às 09:21.
Atualizado em 05/09/2021 às 22:07

Flávia Vianna aprendeu a gerenciar lembranças que despertavam nela emoções dolorosas. Milena Pieroni viu-se livre de episódios de pânico, perdoou e reconciliou-se com uma antiga amiga. Renata Dietze venceu a depressão, desapegou-se dos problemas e viu os negócios deslancharem.

Uma jornalista, uma empresária e uma profissional autônoma que encontraram no Ho’oponopono o caminho para construir uma vida mais leve e harmônica.

Conhecida principalmente pelas frases “Sinto muito. Me perdoe. Te amo. Sou grato”, que podem ser ditas em voz alta ou simplesmente mentalizadas ao longo do dia, a ferramenta é uma sabedoria havaiana que busca promover a autocura por meio da limpeza consciente e autorresponsável de memórias.

Psicóloga comportamental, Fernanda Junqueira é praticante e divulgadora do Ho’oponopono há sete anos. Para ela, que já compartilhou a filosofia com mais de 600 pessoas, o “segredo” está em dissolver lembranças ruins, deixando fluir somente o que for positivo.

“Limpamos memórias negativas, memórias que não vivenciamos por completo e que, por isso, ficaram mal resolvidas. São padrões que se repetem, acontecimentos e sentimentos que, mesmo quando não percebemos, são responsáveis for reforçar nossas crenças limitantes, atraindo aquilo de que, muitas vezes, queremos nos ver livres”, detalha. 
 
EXERCÍCIOS DIÁRIOS 
Praticante da filosofia havaiana há seis meses, a jornalista Flávia Vianna, de 35 anos, vem colhendo os frutos dos exercícios diários – feitos ao acordar, enquanto toma o café da manhã e até no carro, a caminho do trabalho. 

“Algumas situações pontuais viraram gatilhos emocionais e eu precisava me livrar deles. Precisava entender que algumas coisas não pertenciam a mim, embora eu as carregasse como um fardo, sentindo raiva e mágoa de outras pessoas”, conta. 

Milena Pieroni, de 40 anos, também incluiu o ritual de limpeza de memórias na rotina há quase um ano, após vivenciar um episódio de Síndrome do Pânico durante uma viagem em família. Ao repetir comandos mentais para que as memórias negativas que compartilha no dia a dia sejam limpas, observa melhora na ansiedade, na convivência com as pessoas, na qualidade do sono e até na forma como se relaciona com a comida. 

“É possível praticar em silêncio ou em voz alta e a qualquer momento do dia. Faço o tempo todo. Se alguém me irrita, já falo: ‘Divino criador, limpa em mim as memórias que compartilho com fulano de tal. Sinto muito, me perdoe, te amo, sou grata’”, descreve.

Ferramentas podem ser individualizadas
Assim como pode ser praticado em quaisquer situações e momentos do dia, o Ho’oponopono também permite diferentes abordagens, que podem ser desenvolvidas individualmente. Adepta do método, a psicóloga Fernanda Junqueira explica que não existe uma fórmula única que deva ser replicada por todos os praticantes da filosofia. Segundo ela, cada pessoa é livre para criar as próprias estratégias de limpeza e purificação de memórias. 

“A prática é absolutamente livre e pode ser feita de diferentes maneiras. Isso é o mais legal. É possível limpar memórias cada vez que nos aborrecemos, e nos livrarmos também de medos ou do sentimento de escassez. Alguns gravam a oração original para escutar pela manhã, outros repetem os mantras em voz alta”, ensina a profissional, reforçando que o mais importante é ser responsável e estar 100% presente.
 
ENVELOPE
A autônoma Renata de Carvalho Dietze, de 44 anos, por exemplo, costuma utilizar o mantra de limpeza e a técnica do envelope com o lápis e a borracha. Ela conta que é como se depositasse no envelope toda a confiança que tem para que o universo se encarregue de resolver os conflitos. 

“Tiro da cabeça os pensamentos obsessivos, escrevo-os num papel e deposito no envelope, entregando ao universo o poder da ação e de fazer com que eu me surpreenda”, detalha. Em quatro meses de prática, Renata observou ganhos na vida pessoal, como a melhora de um quadro depressivo, algumas resoluções no campo financeiro e até no relacionamento com o marido.

ALÉM DISSO
As quatro frases ditas no Ho’oponopono não são “destinadas” a pessoas ou fatos que desejamos tirar da memória. São um recado a nós mesmos, a quem as entoa ou mentaliza. “Sinto muito pelas memórias que guardo em mim; me perdoo por repeti-las, mesmo que sem consciência; me amo por tê-las; sou grata pois tudo na vida é aprendizado”, diz Fernanda Junqueira, que promove encontros para difundir a filosofia havaiana em BH e agora também em São Paulo. 

Praticante da ferramenta há sete anos, a profissional diz que a prática nos ajuda a enxergar o copo meio cheio, nunca meio vazio. “Não temos controle sobre quase nada na vida, mas temos escolhas”, enfatiza, lembrando que o desejo de limpar as memórias negativas deve ser consciente e autorresponsável.  

O próximo encontro em BH será em 26 e 27/10, das 9 às 12h, nos dois dias, no Gutierrez. Informações: (11) 99902-3876 e no Instagram.com/ferdinandajunqueira

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