Hackers cometeram 2,3 mil clonagens de WhatsApp e invasões a sites em Minas

Da Redação*
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06/10/2021 às 00:05.
Atualizado em 05/12/2021 às 06:00
 (Maurício vieira/jornal hoje em dia)

(Maurício vieira/jornal hoje em dia)

Cada vez mais sofisticados, os ataques hackers dispararam em Minas. Em menos de nove meses, a invasão de dispositivos dobrou se comparada a todo o ano passado. Os principais crimes cibernéticos da modalidade são a clonagem do WhatsApp e a retirada do ar de sites públicos ou empresariais.

De janeiro a setembro deste ano, a Polícia Civil registrou 2.326 delitos, contra 1.165 nos 12 meses de 2020. Isolamento social imposto pela pandemia, elevado número de smartphones e computadores com acesso à internet e aparato tecnológico dos bandidos ajudam a explicar a escalada das ocorrências.

As vítimas, além de muita dor de cabeça, podem ficar no prejuízo. Na maior parte dos casos, as invasões visam a retirada de dinheiro ou informações que possam ser negociadas pelos criminosos. 

Em junho, o site da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) foi alvo de hackers por duas vezes. Nenhum dado foi perdido ou vazado. Em uma das ocasiões, uma mensagem foi colocada no ar, criticando o prefeito Alexandre Kalil: “fechar os comércios não faz de você um salvador de vidas, mas um parasita que tira a comida de todos que dependem do próprio trabalho e não da política”, dizia mensagem colocada no portal. 

Quem também foi vítima é a servidora pública Cristina Santos, de 53 anos. Moradora do bairro Floresta, na região Leste de BH, ela só não ficou no prejuízo graças a um mecanismo de segurança do aplicativo de mensagens, a chamada autenticação em dois fatores.

Recentemente, Cristina buscou informações sobre a vacinação contra a Covid-19 no Instagram da PBH. Lá, perguntou quais postos ainda tinham doses disponíveis. Pouco tempo depois, recebeu uma mensagem do golpista, pela mesma rede social, se passando por um funcionário da prefeitura. 

O bandido ofereceu ajuda e pediu o celular dela. “Disse que eu deveria informar para receber um protocolo”, contou. 

No entanto, o criminoso estava fornecendo um código supostamente para ativar a conta em outro telefone. “Logo depois, recebi uma mensagem informando que meu número estava sendo habilitado em outro aparelho. Se não fosse a autenticação, ele teria conseguido”.

AMBIENTE VIRTUAL
O delegado Renato Guimarães, chefe da Divisão Especializada em Crimes Cibernéticos da Polícia Civil, reforça que as mudanças no comportamento da população impostas pela pandemia e uso frequente de celulares e computadores criaram o ambiente ideal para os crimes.

Segundo o Código Penal, invadir dispositivo informático rende de três meses a um ano de cadeia, além de multa. Caso seja constatado prejuízo econômico à vítima, a pena pode aumentar por mais um ano. 

Reparação
Dependendo da forma como o crime foi cometido, a vítima pode buscar a reparação por danos morais, explica o advogado e mestre em jurisdição constitucional Lucas Zandona. Quando a operadora de telefonia bloqueia uma linha e reativa em outro chip, sem a solicitação do serviço pelo titular, é possível reivindicar a indenização. “Nesse caso, vemos que as telefônicas são extremamente negligentes em confirmar com veracidade a identidade de quem solicita, pois algumas vezes são dados facilmente encontrados na internet, como CPF e nome completo”, diz o advogado. 
 
Como se proteger
O consultor em segurança da informação Vinícius Vieira diz que alguns sinais podem indicar que o computador ou telefone foram invadidos. Lentidão exagerada e travamentos inesperados são alertas. “Uma boa dica é sempre prevenir. Use softwares legítimos, escolha bons antivírus e softwares de proteção on-line. Importante também é sempre verificar se suas credenciais, e-mail e senhas, foram vazadas. Existem serviços on-line que fazem isso”.

*Com informações de Diego T. Maciel

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